Há 60 anos o Expresso da Vitória ganhava mais um título carioca
por Alexandre Mesquita*
O empate sem gols com o Botafogo em São Januário no dia 7 de dezembro de 1947 foi o suficiente para que o Expresso da Vitória levasse mais uma taça para sua sala de troféus. Curiosamente foi a primeira vez naquela competição que a equipe cruzmaltina passou em branco no placar. Este foi o sétimo título vascaíno - e seria o terceiro de forma invicta. Com uma campanha espetacular em vinte jogos, perdeu apenas dois pontos, chegando ao fim da competição com sete pontos de vantagem sobre o segundo colocado.
Iniciando o turno de forma avassaladora - goleadas sobre América, Bangu e Bonsucesso -, foi na quarta rodada que o Vasco perdeu seu primeiro ponto ao empatar em casa com o Olaria, resultado que foi considerado uma grande zebra. Depois desse revés, foram nada mais nada menos do que treze vitórias consecutivas, incluindo o histórico 14 a 1 sobre o Canto do Rio - maior goleada da era profissional. Nenhum adversário passou incólume, assim como já havia acontecido no título invicto de 1945. Duas rodadas depois, estava confirmada mais uma conquista invicta de um dos maiores esquadrões de todos os tempos do futebol brasileiro. Do time que três meses depois iria ao Chile representar o nosso país no Sul-americano de Clubes Campeões, voltando brilhantemente com a copa nas mãos.
Sete pontos à frente do Botafogo, única equipe que ainda poderia sonhar com o campeonato, o Expresso viveu no entanto um dia de pouca inspiração. O artilheiro da competição Dimas, substituto de Ademir, que cumpria sua segunda temporada no Fluminense, não esteve bem e a partida apresentou poucas chances claras de gol. O Alvinegro teve uma oportunidade de ouro de tirar o selo do Vasco, mas Geninho desperdiçou o lance. E o empate sem gols ratificou mais uma conquista do clube da colina, do Expresso que continuava a trilhar sobre caminhos gloriosos.
VASCO DA GAMA (RJ) 0 X 0 BOTAFOGO (RJ)
Data: 07/12/1947 Local: São Januário
Campeonato Carioca
Árbitro: Alberto da Gama Malcher
VASCO GAMA: Barbosa, Augusto e Rafagnelli; Alfredo II, Danilo e Jorge; Friaça, Maneca, Dimas, Lelé e Chico. Técnico Flávio Costa.
BOTAFOGO: Osvaldo, Marinho e Gerson; Nilton Senra, Ávilla e Juvenal; Santo Cristo, Otávio, Heleno, Geninho e Teixeirinha. Técnico: Ondino Vieira.
CAMPANHA
20 jogos, 18 vitórias, 2 empates, 68 gols pró, 20 gols contra, saldo positivo 48 gols.
ARTILHEIROS
18 gols: Dimas
14 gols: Maneca
10 gols: Lelé
08 gols: Ismael
07 gols: Friaça
05 gols: Chico
04 gols: Djalma
01 gol: Rafagnelli e Nestor
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