sábado, 31 de maio de 2008

História

No dia 2 de abril de 1933, Vasco e América realizavam o primeiro jogo profissional no Rio de Janeiro. A partida amistosa, que teve como palco o estádio de São Januário, contou com um público estupendamente grande, que mesmo com o tempo chuvoso compareceu em massa ao evento, com a certeza de que estaria testemunhando um fato histórico do futebol brasileiro. Coube ao atleta rubro Agrícola o feito de assinalar o tento inaugural do profissionalismo na antiga Capital Federal, aos dois minutos de bola rolando. O gol, porém, foi contra. Gradim aumentou a contagem para os vascaínos e, ainda na etapa inicial, Carola diminuiu a vantagem, estabelecendo o placar final do encontro.
Desde o fim do ano anterior, América e Fluminense estavam na vanguarda para a criação de uma liga carioca profissional. No início de 1933, depois de uma conturbada briga interna, o Vasco resolveu aderir a este movimento, ocasionando inclusive a troca de toda a sua diretoria. Em 23 de janeiro, os três clubes, juntamente com o Bangu, fundam a Liga Carioca de Futebol, entidade que ainda contaria com a presença do Flamengo, mas somente a partir de maio. A LCF, porém, mesmo contando com a força de seus filiados, permaneceu não-oficial durante seus primeiros dois anos de existência, já que a CBD neste primeiro momento não aderiu ao regime profissional.
Simultaneamente aos acontecimentos da Cidade Maravilhosa, na capital paulista, um fenômeno similar ocorrera em março, quando a APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos) se tornou profissional. Coube ao Santos e ao São Paulo disputar, na Vila Belmiro, a primeira partida no novo regime, no dia 12 de março (três semanas antes do confronto Vasco e América). O embate, também amistoso, foi vencido pelo Tricolor Paulista por goleada (5 a 1) e Friedenreich inscreveu mais uma vez seu nome na história ao marcar o primeiro gol do futebol profissional no Brasil.
Gradim

Primeiro atleta vascaíno autor de um gol na era profissional, Francisco de Souza Ferreira, o Gradim, nasceu em Vassouras, no dia 15 de junho de 1908. Antes de atuar pelo Vasco, jogou no Bonsucesso, quando foi convocado ao lado de seu companheiro de clube, o jovem Leônidas da Silva, para disputar (e ganhar) a Copa Rio Branco no Uruguai, em dezembro de 1932. Na temporada seguinte, chegou ao Gigante da Colina, tendo sido figura importante na conquista do Carioca de 1934. Naquele campeonato, ele assinalou nove tentos nas doze partidas que fez na campanha vitoriosa do time. Seu antigo parceiro Leônidas, o Diamante Negro, havia se transferido para a equipe de São Januário naquele ano, contundindo-se, no entanto, logo no início da competição.
Penduradas as chuteiras, Gradim se tornou técnico de futebol e esteve à frente do Vasco nas brilhantes conquistas do ano de 1958: o Torneio Rio-São Paulo e o Carioca (no famoso Super-supercampeonato). Porém, um de seus maiores feitos ainda estava por acontecer: em 1969, atuando como 'olheiro', ele trouxe das peladas de Duque de Caxias, direto para a escolinha do clube da Cruz de Malta, um certo garoto de 14 anos, chamado Carlos Roberto. Menino que viria a ser nada mais, nada menos do que um dos maiores ídolos da torcida vascaína em todos os tempos: Roberto Dinamite. O artilheiro da camisa 10, inclusive, dedicou a ele o seu tento de número 500 assinalado em 1982. Esse foi certamente o maior gol feito por Gradim, que faleceu em 12 de junho de 1987, três dias antes de completar 79 anos.

VASCO DA GAMA (RJ) 2 X 1 AMÉRICA (RJ)
Data: 02/04/1933.
Local: Estádio de São Januário / Rio de Janeiro.
Público: 50.000 presentes (sócios dos dois clubes não pagaram ingresso). Renda:Aproximadamente 54 contos de réis.
Árbitro: Loris Cordovil.
Gols: Agrícola (contra) 2'/1º, Gradim 18'/1º, Carola 30'/1º
VASCO DA GAMA: Jaguaré, Juca e Itália; Tinoco, Fausto e Mola; Bahiano, Faria, Gradim, Carnieri e Orlando.
AMÉRICA: Aymoré (Rabelo), Penaforte e Hildegardo; Agrícola, Oscarino e Baby; Carola, Curto, Waldemar, Juquiá e Dentinho.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Lorico

Lorico

João Farias Filho nasceu na cidade de Santos no dia 11 de dezembro de 1940.
Volante, tinha um ótimo toque de bola e era um jogador muito técnico. Começou sua carreira na bola jogando na equipe da Portuguesa Santista em 1959. Ficou pouco tempo na Briosa de Santos, em 1960 foi negociado com o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, e ficou por seis anos no time carioca.

Em 1966 voltou para o futebol de São Paulo, mas para jogar no interior paulista. Lorico foi defender as cores da Prudentina, de Presidente Prudente. No ano seguinte, 1967, já estava atuando na Portuguesa de Desportos, equipe que defendeu até 1973. Foram seis anos de muita dedicação e amor à equipe Lusa, alias foi onde Lorico viveu sua melhor fase no futebol.

Após deixar o Canindé, Lorico voltou para o interior. Foi defender as cores do Noroeste de Bauru, onde jogou por mais três anos. Ao sair de Bauru, recebeu um convite do Botafogo de Ribeirão Preto, o que aceitou prontamente. Já bastante experiente, aos 38 anos, Lorico resolveu encerrar sua carreira defendendo, ainda, o Botafogo. Isto aconteceu no ano de 1978 e Lorico pode acompanhar o surgimento de jogadores como Sócrates, irmão de Raí, que na época dava seus primeiros passos no estádio Santa Cruz. Ao abandonar o futebol foi trabalhar na Cosipa, em Santos.

História

Em pé: Eli, Augusto, Jorge, Danilo, Barbosa e Sampaio
Agachados: Nestor, Maneca, Ademir, Ipojucan e Tuta

Há 59 anos, no dia 25 de maio de 1949, o Vasco obtinha uma vitória histórica, em São Januário, contra o Arsenal, da Inglaterra, por 1 a 0.

A partida, amistosa, atraiu enorme atenção da mídia porque de um lado estava o Vasco, melhor time do continente na época (um ano antes havia conquistado o Campeonato Sul-Americano de Clubes, que acabaria oficializado pela Conmebol em 1996) e, do outro, o Arsenal, primeiro time da primeira divisão inglesa a visitar o Brasil (na época, a Inglaterra - considerada a inventora do futebol moderno - gozava de tanto prestígio que nem participava das Copas do Mundo, pois considerava não ter adversários à sua altura).

O time do Vasco que venceu o Arsenal por 1 a 0 em 25/05/1949. Em pé: Eli, Augusto, Jorge, Danilo, Barbosa e Sampaio. Agachados: Nestor, Maneca, Ademir, Ipojucan e Tuta.


Neste jogo histórico, o Vasco fomrou com Barbosa, Augusto e Sampaio; Ely, Danilo e Jorge; Nestor, Maneca, Ademir, Ipojucan (Heleno de Freitas) e Tuta (Mário). O gol da vitória vascaína foi marcado pelo ponta-direita Nestor, aos 33 minutos do segundo tempo.

O Estádio de São Januário recebeu neste dia um dos maiores públicos de sua história, calculado pela imprensa da época em cerca de 50 mil torcedores (oficialmente, entretanto, apenas pouco mais de 24 mil pagantes ou sócios).

Esta mesma equipe do Vasco, que ficou conhecida como "Expresso da Vitória", conquistaria meses depois o Campeonato Carioca invicto, o terceiro em cinco anos (1945, 1947 e 1949).

Curiosamente, o Vasco voltaria a enfrentar o Arsenal mais duas vezes, mantendo a escrita: em 1951, ganharia por 4 a 0, no Maracanã (gols de Tesourinha, Ademir, Friaça e Dejair); e, em 1980, em Belgrado (Iugoslávia, atualmente Sérvia e Montenegro), venceria por 2 a 1 (gols de Paulo César Caju e Roberto Dinamite; o técnico era Zagallo).

Confira o que a Revista Globo Sportivo publicou sobre o jogo no dia 27/05/1949:

Está derrotado o Arsenal. Está é a frase que tem em cada letra uma chama vivida pela multidão, tantos os paulistas como os cariocas, que encheram seus estádios para assistir aos jogos dos ingleses. Os paulistas, a despeito da decepção do jogo com o Corinthians, e o consolo do empate com sabor de vitória, arrancado com todo vigor pelo Palmeiras. Os cariocas entretanto, precisavam ver o Arsenal derrotado, pelo menos pela desforra da goleada contra Fluminense, do que pela necessidade de quebrar a invencibilidade dos ingleses.

O Vasco, depois da estréia, era o indicado como o mais capaz para uma vitória sobre os ingleses. Por isso, o jogo levou uma multidão ao Estádio de São Januário. Nervosos, visivelmente emocionados pela sorte que esperava o seu clube favorito. O Vasco esteve bem, atacou mais e não se intimidou com o cartaz dos ingleses. Seus jogadores entraram em campo certos de que poderiam vender o poderoso Arsenal, a melhor equipe da Inglaterra e uma das melhores do mundo.

O Vasco começou melhor, mas o Arsenal equilibrou. Com as mudanças de Tuta e Ipojucam por Mário e Heleno de Freitas, o Vasco ficou com a ofensiva com mais objetividade. Com o Vasco mandando em campo, terminou o primeiro em 0x0. O segundo tempo não mudou muito. O Vasco continuou melhor com o Arsenal procurando equilibrar o jogo no meio campo. Somente aos 33 minutos é que o estádio explodiu com o gol de Nestor. Um centro de Mário da esquerda que cruzou toda área inglesa sem que o goleiro Swindin conseguisse cortar. Nestor chutou de primeira não dando chance para o defesa inglesa. A vitória foi justa e foi comemorada com entusiasmo, principalmente porque quebrou a invencibilidade do Arsenal.

VASCO DA GAMA; Barbosa, Augusto e Sampaio, Eli, Danilo e Jorge, Nestor, Maneca, Ademir, Ipojucam (Heleno) e Tuta (Mário).
ARSENAL: Swindin, Barnes e Smith, Macanly,,Daniels e Forbes, Mac Pherson, Logie, Rockie, Hshman e Wallance.
Juiz :Mr. Barrick
Auxiliares: Mário Viana e Alberto da Gama Malcher.

O Arsenal tem um time sem exibicionismo, sem dribles desnecessários, mas jogado pelo conjunto aplicado, chegando ao gol adversário com três ou quatro passes. O Vasco, o expressinho, é o melhor time do Brasil.

Fonte: NETVASCO, Revista Globo Sportivo


Brasileiro de 1974


Em pé: Andrada, Miguel, Alcir, Fidélis, Moisés, Alfinete
Agachados: Jorginho Carvoeiro, Zanata, Ademir, Roberto Dinamite, Luis Carlos
No dia 1º de agosto de 1974, o Vasco da Gama conquistava o seu primeiro título brasileiro, ao derrotar o Cruzeiro por 2 a 1 (gols de Ademir e Jorginho Carvoeiro), no Maracanã. No início da competição o Vasco não estava entre os favoritos, mas com muita garra e superação do time chegou ao título. O Vasco foi o primeiro clube do Rio a vencer o Campeonato Brasileiro. No Quadrangular final, em um único turno, participaram: Vasco, Cruzeiro, Santos e Internacional. Vasco e Cruzeiro terminaram empatados em pontos. Havia a necessidade de um jogo extra para decidir quem seria o campeão. Pelo regulamento, o jogo extra deveria ser em Minas Gerais (o cruzeiro tinha mais pontos que o Vasco na classificação geral), mas na partida do quadrangular final (Cruzeiro 1 X 1 Vasco), no Mineirão, o campo foi invadido por dirigentes do clube mineiro.

O presidente do Vasco na época, Agathyrno Gomes, entrou na confederação, com um pedido de inversão de mando de campo, obteve êxito e a final pois disputada no Maracanã, com quase 113 mil vascaínos lotando o estádio.No último minuto, um lance polêmico: bola alçada na direita, Nelinho ganhou de Alfinete e cruzou para Zé Carlos completar para as redes. O árbitro Armando Marques, no entanto, marca infração de Nelinho antes de a bola ser cruzada. Os cruzeirenses reclamam do juiz que eles mesmos fizeram questão de que fosse escalado para a partida. O fato é que, para ganhar a bola de Alfinete, Nelinho entrou solando. Essa foi a interpretação do árbitro, tanto que Marques apita a infração no momento em que o lateral mineiro divide com o jogador do Vasco. O desenrolar do lance, com o cruzamento e a cabeçada de Zé Carlos, já se dá com a partida paralisada. Até hoje os cruzeirenses reclamam.Roberto Dinamite literalmente explodiu naquele Brasileirão. Foi o artilheiro do campeonato com 16 gols, dando início à caminhada que o transformaria no maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro, com 190 gols, em 326 jogos. "Aquele título foi o início de uma carreira vitoriosa.

O apoio de jogadores mais experientes como Alcir, Moisés, Andrada e Zanata foi fundamental para eu me firmar. Eu era um iniciante e eles me deram muita tranqüilidade para jogar e marcar gols", conta Roberto Dinamite.Depois da conquista, Agathyrno Silva Gomes, teve a idéia de juntar os jogadores campeões para gravar um disco com o segundo hino oficial do Vasco (Meu Pavilhão - Ernani Corrêa / João de Freitas). O disco tinha ainda uma marchinha (Vascão Sensacional - Hilton Gomes). "Após a vitória, não tinha dinheiro para pagar o prêmio. Então, chamei os jogadores para conversar: 'Não tenho como pagar, mas tenho uma idéia. Se vocês apoiarem...'. Eles aceitaram a sugestão e organizaram tudo. Todos eram muito unidos e em duas sessões de gravação o disco ficou pronto", lembra o ex-presidente.Durante as gravações os atletas brincavam muito. "Todos diziam que iam tirar a voz do Zanata do disco, por ele desafinar muito", diverte-se Agathyrno, que não se recorda quantos discos foram vendidos. "Sei que vendemos muitos, mas não lembro exatamente quantos.

Campanha do Vasco
Primeira Fase
09/03 - Vasco 2 x 0 Coritiba (Luís Carlos e Roberto Dinamite)

13/03 - Desportiva 0 x 0 Vasco

17/03 - Flamengo 1 x 1 Vasco (Roberto Dinamite)

20/03 - Remo 1 x 2 Vasco (Gaúcho e Roberto Dinamite)

23/03 - Paysandu 0 x 0 Vasco

30/03 - Vasco 0 x 0 Botafogo

03/04 - Vasco 0 x 0 Bahia

13/04 - Vitória 0 x 0 Vasco

21/04 - Vasco 1 x 2 Fluminense (Luís Carlos)

27/04 - América-RN 2 x 3 Vasco (Roberto Dinamite, 2 e Fred)

04/05 - Itabaiana 0 x 3 Vasco (Luís Carlos, Roberto Dinamite e Zanata)

08/05 - Vasco 1 x 1 Olaria (Roberto Dinamite)

15/05 - Tiradentes 0 x 1 Vasco (Perez)

18/05 - Sampaio Corrêa 2 x 0 Vasco

26/05 - Vasco 0 x 1 América

29/05 - Vasco 1 x 0 Avaí (Roberto Dinamite)

02/06 - Grêmio 1 x 0 Vasco

09/06 - Atlético-PR 1 x 1 Vasco (Jaílson)

13/06 - Vasco 3 x 1 Internacional (Roberto Dinamite, 3)
Segunda Fase
29/06 - Vasco 3 x 0 Operário (Roberto Dinamite, Fred e Marião, contra)

03/07 - Nacional 0 x 0 Vasco

10/07 - Atlético-MG 0 x 2 Vasco (Roberto Dinamite e Jaílson)

14/07 - Vasco 2 x 0 Corinthians (Roberto Dinamite e Jaílson)

18/07 - Vasco 0 x 0 Vitória

Terceira Fase
21/07 - Vasco 2 x 1 Santos (Roberto Dinamite e Luís Carlos)

24/07 - Cruzeiro 1 x 1 Vasco (Alfinete)

28/07 - Vasco 2 x 2 Internacional (Roberto Dinamite e Zanata)

Jogo Decisivo

VASCO DA GAMA (RJ) 2 x 1 CRUZEIRO (MG)
Data: 01/08/1974
Campeonato Brasileiro
Local: Estádio do Maracanã
Arbitro: Armando Marques
Público: 112.993
Gols: Ademir (Vasco 14/1ºT), Nelinho (Cruzeiro 19/2ºT) e Jorginho Carvoeiro (Vasco 33/2ºT)
VASCO DA GAMA: Andrada, Fidélis, Miguel, Moisés, Alfinete, Alcir, Zanata, Ademir, Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite e Luís Carlos / Técnico: Mário Travaglini
CRUZEIRO: Vítor, Nelinho, Perfumo, Darci Menezes, Vanderlei, Wilson Piazza, Zé Carlos, Dirceu Lopes, Roberto Batata, Palhinha (Joãozinho) e Eduardo (Baiano)
Técnico: Hílton Chaves



Fontes: Jornal dos Sports, MUV

História

Jogos na história entre o Vasco da Gama e clubes argentinos

São 25 vitórias, 25 empates e 20 derrotas, contabilizando todos os jogos. O primeiro foi em 1920, contra o Barraca, e terminou empatado em 0 a 0. Já o último foi 2 a 2 contra o Boca Juniors, em 2002. Contando apenas partidas oficiais, são sete vitórias, oito empates e oito derrotas.

Contra os principais clubes argentinos, o Vasco pode se orgulhar de ter bons resultados contra o River Plate, mas não pode dizer o mesmo em relação ao Boca Juniors. Diante do River, são cinco vitórias, cinco empates e três derrotas. Já contra o Boca, apenas uma vitória, seis empates e seis derrotas.

Confira a lista de jogos do Vasco contra argentinos:

04/01/1929 - Vasco 0x0 Barracas - Amistoso
18/01/1930 - Vasco 1x1 Combinado de Tucumán - Amistoso
31/07/1930 - Vasco 5x1 Huracán - Amistoso
13/12/1930 - Vasco 1x1 Gymnasia y Esgrima La Plata - Amistoso
27/01/1935 - Vasco 3x3 Boca Juniors - Amistoso
10/02/1935 - Vasco 1x4 River Plate - Amistoso
26/02/1936 - Vasco 1x2 Huracán - Amistoso
02/02/1936 - Vasco 4x3 Huracán - Amistoso
09/02/1936 - Vasco 2x0 Estudiantes de La Plata - Amistoso
12/10/1936 - Vasco 3x2 Vélez Sarsfield - Amistoso
21/02/1937 - Vasco 2x2 Atlanta - Amistoso
28/02/1937 - Vasco 1x0 Atlanta - Amistoso
19/10/1939 - Vasco 5x2 Independiente - Amistoso
30/12/1939 - Vasco 0x1 San Lorenzo - Amistoso
16/02/1941 - Vasco 1x0 Gymnasia y Esgrima La Plata - Amistoso
30/01/1947 - River Plate 1x1 Vasco - Copa Atlântico (no Uruguai)
06/02/1947 - Boca Juniors 3x1 Vasco - Copa Atlântico (no Uruguai)
14/03/1948 - Vasco 0x0 River Plate - Sul-Americano de Clubes (no Chile)
01/09/1948 - Vasco 3x5 Boca Juniors - Amistoso
03/11/1948 - Vasco 0x1 San Lorenzo - Amistoso
24/11/1951 - Vasco 3x0 Boca Juniors - Amistoso
25/01/1953 - Vasco 4x4 Boca Juniors - Quadrangular Inter. do Rio
28/01/1953 - Vasco 3x3 Racing Club - Quadrangular Inter. do Rio
29/03/1953 - Racing Club 0x0 Vasco - Amistoso
27/12/1955 - Vasco 1x4 Independiente - Torneio Atlântico
30/12/1955 - Vasco 3x2 Racing Club - Torneio Atlântico
13/01/1957 - San Lorenzo 3x1 Vasco - Amistoso
21/01/1958 - Boca Juniors 2x2 Vasco - Amistoso
23/01/1958 - Quilmes 4x2 Vasco - Amistoso
28/01/1958 - Boca Juniors 1x1 Vasco - Amistoso
14/01/1961 - Boca Juniors 2x0 Vasco - Octog. Internacional de Verão
18/01/1961 - River Plate 1x2 Vasco - Octog. Internacional de Verão
27/01/1961 - Quilmes 0x3 Vasco - Amistoso
29/01/1961 - Combinado de Mar del Plata 0x5 Vasco - Amistoso
06/02/1966 - Estudiantes de La Plata 1x2 Vasco - Amistoso (na Guatemala)
09/07/1969 - Vasco 0x1 Racing Club - Amistoso
14/02/1970 - Vasco 1x1 Independiente - Torneio Inter. de Verão do Rio
27/01/1973 - Vasco 1x0 Argentinos Juniors - Torneio Inter. de Verão do Rio
31/01/1973 - Vasco 0x0 Atlanta - Torneio Inter. de Verão do Rio
18/03/1975 - Vasco 2x1 Independiente - Amistoso
04/04/1978 - Racing Club 1x1 Vasco - Amistoso
06/04/1978 - Belgrano 1x1 Vasco - Amistoso
19/08/1980 - River Plate 2x3 Vasco - Troféu Joan Gamper (na Espanha)
27/08/1980 - Boca Juniors 2x1 Vasco - Troféu Naranja (na Espanha)
27/08/1981 - Independiente 2x1 Vasco - Troféu Villa de Madrid (na Espanha)
02/08/1985 - Argentinos Juniors 2x1 Vasco - Libertadores
06/08/1985 - Ferrocarril Oeste 2x0 Vasco - Libertadores
09/08/1985 - Argentinos Juniors 2x2 Vasco - Libertadores
30/08/1985 - Vasco 0x2 Ferrocarril Oeste - Libertadores
21/06/1987 - Rosário Central 1x2 Vasco - Copa de Ouro (nos Estados Unidos)
21/01/1994 - Newell's Old Boys 0x0 Vasco - Amistoso
26/01/1994 - Newell's Old Boys 2x2 Vasco - Amistoso
02/09/1997 - Vasco 1x1 Racing Club - Supercopa da Libertadores
24/09/1997 - River Plate 5x1 Vasco - Supercopa da Libertadores
21/10/1997 - Racing Club 2x3 Vasco - Supercopa da Libertadores
30/10/1997 - Vasco 0x2 River Plate - Supercopa da Libertadores
16/07/1998 - Vasco 1x0 River Plate - Libertadores
22/07/1998 - River Plate 1x1 Vasco - Libertadores
03/09/1998 - River Plate 1x1 Vasco - Mercosul
16/09/1998 - Vasco 0x0 River Plate - Mercosul
24/08/2000 - Vasco 3x0 San Lorenzo - Mercosul
28/09/2000 - San Lorenzo 0x2 Vasco - Mercosul
31/10/2000 - Vasco 1x0 Rosário Central - Mercosul
08/11/2000 - Rosário Central 1x0 Vasco - Mercosul
22/11/2000 - River Plate 1x4 Vasco - Mercosul
30/11/2000 - Vasco 1x0 River Plate - Mercosul
23/05/2001 - Vasco 0x1 Boca Juniors - São Januário
30/05/2001 - Boca Juniors 3x0 Vasco -Libertadores
29/07/2001 - Vasco 2x2 Boca Juniors - Mercosul
25/09/2001 - Boca Juniors 2x2 Vasco - Mercosul
19/09/2007- Lanus 2x0 Vasco- Sul Americana
26/09/2007- Vasco 3x0 lanus- Sul Americana
Fonte: Lancenet







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Gilberto


Para quem tem menos de 20 anos, ver o São Bento na Série A-1 do Campeonato Paulista a partir de 2006 será uma novidade. Mas o que muita gente não sabe é que o time sorocabano foi um dos mais temidos do interior paulista nos anos 80. Fruto da contribuição do lateral Gilberto.

Nascido em 1960, no Rio de Janeiro, o carioca Gilberto de Souza Coroa chegou em 1977 nos juniores do Vasco. No clube de São Januário, logo chamou a atenção pela facilidade em jogar tanto na lateral-direita, quanto na esquerda.

Comandado por Antônio Lopes e ao lado de jogadores como o goleiro Acácio, o lateral Pedrinho e o atacante Roberto Dinamite, Gilberto ajudou o Vasco a conquistar o título carioca de 1982.
No ano seguinte, Gilberto foi para Sorocaba, emprestado ao São Bento para a disputa do Campeonato Paulista. E lá, caiu nas graças da torcida. “Cheguei com o Campeonato Paulista andando. O time estava ameaçado de rebaixamento, mas nos unimos e conseguimos levar o São Bento até a fase final da competição”, afirmou Gilberto, que ainda acabou sendo considerado um dos melhores laterais da competição.

O bom campeonato lhe valeu uma transferência em 1984 para o Guarani, onde se encontrou com alguns das jovens revelações, que levariam o Bugre ao vice-campeonato brasileiro de 1986 e 1987, como Evair, Marco Antônio Boiadeiro e João Paulo. “Eles eram muito moleques, mas logo dava pra ver que eles iriam muito longe. Era gostoso jogar com eles”, relembra Gilberto.

Depois disso, o lateral ainda voltou para o Rio de Janeiro, para defender o Botafogo e de lá, foi para Santa Catarina, onde ainda atuou por Joinville, Figueirense e Juventus de Jaraguá do Sul, onde encerrou a carreira em 1993.

Colhendo talentos no subúrbio carioca

Encerrada a carreira, Gilberto foi para onde tudo começou: o Vasco, onde foi técnico do infantil e do juvenil. De lá, o lateral foi para o Madureira-RJ, onde é atualmente técnico dos juniores do Tricolor Suburbano e auxiliar-técnico de Renato Trindade no time principal que disputa a Série C do Campeonato Brasileiro.

Desempenho com a camisa do Vasco

Jogos: 23
Vitórias: 13
Empates: 4
Derrotas: 6
Gols: 1

Estréia: 04/02/1981 - Amistoso - Colatina-ES 1 x 4 Vasco
1º jogo oficial: 12/07/1981 - Estadual - Bangu 1 x 3 Vasco
1º gol: 09/07/1981 - Amistoso - São Bento-SP 2 x 2 Vasco
Último jogo: 26/05/1983 - Amistoso - Curitiba-PR 0 x 1 Vasco

Fonte: Futebol Interior, NETVASCO

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Torneio Rio/São Paulo 1958

1958


Há 50 anos o Vasco conquistava seu 1º Torneio Rio-São P

Há cinqüenta anos o Vasco conquistava pela primeira vez o Torneio Rio-São Paulo, ao golear impiedosamente a Portuguesa de Desportos por 5 a 1 no Pacaembu. Tradicional competição interestadual da época em que não havia ainda um campeonato nacional de clubes, o Rio-SP era o certame que abria a temporada brasileira. Depois de algumas experiências não muito bem sucedidas, somente naquela década ele obteve sucesso e alcançou sua maturidade, sendo um dos embriões do Campeonato Brasileiro. Sua importância dentro do panorama futebolístico era enorme, dando ao seu vencedor um status de melhor equipe do país.
Por isso tudo, seus participantes atuavam com força máxima e se empenhavam com todo vigor para levantar este troféu. Nem mesmo nos tempos do Expresso da Vitória, o Almirante havia conseguido vencê-lo. Foram três vice-campeonatos quase em seqüência: 1950, 1952 e 1953. Ainda em 1957, outra vez uma segunda colocação, atrás do Tricolor das Laranjeiras, primeiro time carioca a triunfar no Rio-SP. Mas a história em 58 foi diferente e o desempenho do time do técnico Gradim chegou a lembrar os áureos tempos do Expresso de Ademir e cia.
Depois de um tropeço logo na estréia diante do Palmeiras, o time reagiu e venceu seis jogos seguidos, com direito a um 6 a 1 no então campeão Fluminense e vitória sobre o Santos de Pelé pelo escore mínimo. No clássico contra o arqui-rival Flamengo, que era o único dos outros nove participantes que ainda brigava pela taça com o Vasco, o empate por um gol manteve os dois na liderança. Mas na rodada seguinte, o Gigante da Colina contou com a ajuda dos corintianos, que, ao derrubar os rubro-negros em São Paulo, deixaram o time de São Januário em confortável situação para seu compromisso diante da Lusa paulista, que não vinha bem das pernas.
Bastava o empate para o Vasco levantar o título, mas o que se viu no Pacaembu foi um passeio completo. Com menos de dez minutos de bola rolando, a equipe carioca já abria dois gols de dianteira. Ao término da primeira etapa, o jogo e o campeonato já estavam resolvidos: 3 a 0! E o que se viu no tempo final foi a disputa particular entre Almir e Vavá, artilheiro da competição, para ver quem marcaria mais gols na peleja. Nesta briga, o “Pernambuquinho” venceu. Placar final: Vasco da Gama 5 x 1 Portuguesa de Desportos
O Jornal dos Sports de 7 de abril de 1958 relatou o jogo da seguinte maneira:
"Os primeiros movimentos da partida deram logo a impressão de uma superioridade nítida do Vasco da Gama. E mal a Portuguesa havia firmado o pé no terreno num fechar de olhos, já havia levado dois gols. Foi uma verdadeira 'blitz'. E, mais uma vez, viu-se em grande destaque este garoto corajoso que é Almir.
Os dois primeiros gols tiveram participação efetiva do pernambucano. No gol inaugural, Almir achou Vavá que fuzilou o goleiro Carlos Alberto. No segundo tento, ele entrou como um raio à frente de Sabará após bom lançamento de Pinga. Em cinco minutos, o Vasco vencia por 2 x 0.
O terceiro gol marcado por Almir foi o mais bonito da peleja. O jovem de 18 anos driblou três defensores e o goleiro. E quando o último zagueiro da Lusa ficou sobre a linha do gol para tentar salvar, Almir apenas rolou a bola no canto esquerdo.
A Portuguesa marcou seu gol de honra por intermédio de Ocimar que encobriu o goleiro Barbosa. Neste momento, a peleja já estava liqüidada e o Vasco vencia por 4 x 0. Antes do apito final do juiz para a comemoração dos cruzlmatinos, o Vasco ainda marcou mais um gol através do melhor jogador da partida, o permabuncano Almir, que marcou três dos cinco gols do Vasco e ainda deu um passe com afeto para seu conterrâneo Vavá abrir o marcador."
No dia seguinte, 8 de abril de 1958, o mesmo veículo continuou a falar sobre o título vascaíno:
"Desde domingo, o Torneio Rio-São Paulo, tem novo campeão - e que campeão! Coube, este ano, ao Vasco da Gama levantar o título na brilhante campanha, só mesmo obscurecida por um único resultado negativo, justamente aquele que deu ao Palmeiras, um dos lanternas da tabela, a satisfação de alcançar, talvez, um de seus raros e honrosos triunfos no campeonato.
Campeão de nove batalhas arduamente cumpridas - sete vitórias, um empate e uma derrota acidental- eis como o Vasco se retrata com fidelidade na galeria dos campeões deste torneio que ascendem a oito, de 1950 a 1958.
Pela segunda vez consecutiva, um clube carioca interrompe a série quase dezena de vitórias paulistas, no afã de recuperar para o Rio de Janeiro a hegemonia do football nacional.
Ainda no 'onze' campeão, iremos encontrar os dois extremos do torneio: o mais velho e o mais novo dos cracks que a ele concorreram. Assim, o título de broto pertence ao 'pernambuquinho' Almir, e o de vovô continua em poder de Barbosa".

PORTUGUESA DE DESPORTOS (SP) 1 X 5 VASCO DA GAMA (RJ)
Data: 06/04/1958.
Local: Estádio do Pacaembu
Árbitro: Amílcar Ferreira.
Público: aprox. 15.000 pagantes.
Renda: CR$ 445.100,00.
Gols: Vavá 5'/1º, Almir 7'/1º, Almir 29'/1º, Vavá 4'/2º, Ocimar 40'/2º, Almir 41'/2º
PORTUGUESA DE DESPORTOS: Carlos Alberto, Mário Ferreira e Djalma Santos; Juths, Hermínio e Odorico; Hélio (Amaral), Ipojucan, Liminha (Alfeu), Ocimar e De Carlo (Servílio). VASCO DA GAMA: Barbosa, Dario (Ortunho) e Bellini (Viana); Écio, Orlando (Barbosinha) e Coronel; Sabará, Rubens, Almir, Vavá e Pinga.
Fonte: Alexandre Mesquita

Pedro Paulo


PEDRO PAULO

Pedro Paulo, o Pedro Paulo Quintanilha, goleiro dos aspirantes e juvenis do Vasco da Gama de 1969 a 1973, mora hoje em Cruzeiro (SP), região paulista do Vale do Paraíba. Lá, o antigo e bom goleiro também da Portuguesa de Desportos e do XV de Piracicaba é funcionário da Secretaria Municipal de Esportes da cidade. Pedro Paulo, amicíssimo de Roberto Dinamite, tem duas filhas e uma neta.

Pedro Paulo Quintanilha (Pêpa), nasceu no dia 01 de julho de 1952, na cidade de Cruzeiro (Vale do Paraíba). Casou-se em 1978 com Arlene e teve duas filhas, Carla e Marcela.

Pêpa iniciou sua carreira no São José levado pelo técnico Diede Lameiro em 1968. Em 1969, Pêpa foi para o Vasco da Gama onde jogou por quatro anos tendo como treinadores; Célio de Souza, Elba de Pádua Lima (Tim), Paulo Amaral, Zizinho, Mário Travaglini entre outros.

Em sua passagem pelo Vasco, Pêpa fez uma grande amizade com Roberto Dinamite e esta amizade perdura até hoje.

A pedido do Pêpa, Dinamite veio até Cruzeiro no aniversário de cem anos da cidade (2001) prestigiar seu velho amigo e foi uma verdadeira euforia na cidade.

Em 1974, Pêpa foi para o Santos onde ficou por um ano e teve como treinadores o Formiga e Mengalvio. No ano de 1975, nosso atleta foi para o Independente de Limeira e por lá ficou até 1976 quando foi para a Portuguesa de Desportos disputar o Paulista daquele ano.

Em 1977, o clube do Velo de Rio Claro contratou Pêpa para jogar o Paulista da segunda divisão. No ano seguinte, Pêpa foi para o XV de Piracicaba onde disputou três campeonatos Paulista, duas Copas do Brasil e o campeonato na época chamado de Taça de Prata.

Em 1980, já bastante prejudicado pela contusão em seu joelho esquerdo, Pêpa voltou às origens já pensando em encerrar sua carreira e jogou pelo Cruzeiro Futebol Clube (Verdão) o campeonato da segunda divisão. Em 1982 foi treinador do Cruzeiro Futebol Clube por quatro anos e depois foi treinador do Apucarana em 1987.

Depois de deixar definitivamente o futebol, Pêpa montou um comércio em Cruzeiro e foi ser diretor de esportes do Cruzeiro Futebol Clube até ser convidado em 2001 pelo prefeito Celso Lage para ser o Diretor de Esportes da Prefeitura de Cruzeiro.

Fonte: Milton Neves

Jogos

VASCO DA GAMA (RJ) 1 X 0 NÁUTICO (PE)
Data : 28/04/1985
Amistoso Interestadual
Local : Estádio José Rocha / Jacobina
Arbitro : Aloísio Dos Santos
Público : 11.000
Gols : Cláudio Adão 25/2º
VASCO DA GAMA: Acácio, Mílton Mendes, Ivan (Nenê), Donato, Aírton, Oliveira, Gilberto, Cláudio Adão, Mauricinho, Roberto Dinamite e Silvinho /Técnico : Eduardo Antunes Coimbra
NÁUTICO: Pimenta, Heitor, Édson Gaúcho, Zé Eduardo, Válter, Lourival, Baiano, Ademir Lobo, Jarbas (Júnior), Nunes e Neto Surubim / Técnico : Luciano Veloso
OBS : Jogo Interrompido aos 72 minutos devido a um forte temporal

VASCO DA GAMA (RJ) 2 X 1 NÁUTICO (PE)
Data : 01/05/1985
Amistoso Interestadual
Local : Estádio Da Associação Rural / Petrolina
Arbitro : Aloísio Dos Santos
Gols : Roberto Dinamite 21/1º, Mauricinho 10/2º e Manguinha 16/2º
VASCO DA GAMA: Roberto Costa, Mílton Mendes, Ivan (Silvinho), Donato, Aírton, Oliveira, Gilberto, Cláudio José, Mauricinho, Roberto Dinamite e Rômulo / Técnico : Eduardo Antunes Coimbra
NÁUTICO: Pimenta, Heitor, Édson Gaúcho, Zé Eduardo (Alfredo Santos), Válter, Lourival, Baiano (Júnior), Ademir Lobo (Manguinha), Jarbas, Nunes e Neto Surubim (Rogério)/Técnico : Luciano Veloso

VASCO DA GAMA (RJ) 5 X 1 ATLÉTICO CAJAZEIRAS (PB)
Data : 05/05/1985
Amistoso Interestadual
Local : Estádio Da Associação Rural / Petrolina
Arbitro : Rui De Ivan
Público : 6.220
Gols : Roberto Dinamite 8/1º, Silvinho 19/1º, Roberto Dinamite 37/1º, Mauricinho 39/1º, Castoti 25/2º e Roberto Dinamite 40/2º
VASCO DA GAMA: Acácio, Mílton Mendes, Donato, Nenê, Aírton, Gilberto, Cláudio Adão (Rômulo), Cláudio José, Mauricinho, Roberto Dinamite e Silvinho / Técnico : Eduardo Antunes Coimbra
ATLÉTICO CAJAZEIRAS: Brasileirinho, França, Vanvan, Nilsinho, Jorge, Edinho (Coronel), Darlan, Beré, Castoti, Toinho (Marcelo Moraes) e Edílson


VASCO DA GAMA (RJ) 3 X 1 ESPORTE CLUBE DE PATOS (PB)
Data : 08/05/1985
Amistoso Interestadual
Local : Estádio José Cavalcanti / Patos
Arbitro : Mário Leitão Público
Gols : Silvinho 31/1º, Roberto Dinamite 6/2º, Roberto Dinamite 31/2º e Alcione 32/2º
Expulsão : Rômulo (Vasco)
VASCO DA GAMA: Roberto Costa, Mílton Mendes, Ivan, Donato, Aírton, Gilberto, Cláudio José, Silvinho, Mauricinho, Roberto Dinamite e Rômulo / Técnico : Eduardo Antunes Coimbra
ESPORTE CLUBE DE PATOS: Pereira, Edílson, Alcione, Assis, Iranir, Dó, Chico, Lula, Mílton, Fernando (Casagrande) e Chagas / Técnico : Lula

Danilo Alvim


1949
Danilo Alvim
Danilo Alvim nasceu em 03 de Dezembro de 1920 no Rio de Janeiro e foi um exemplo de perseverança, determinação e amor ao futebol. Em 1940, com apenas 19 anos, quebrou a perna em 39 lugares após ter sido atropelado por um automóvel. Contrariando todas as expectativas, voltou a jogar em 1942, e um ano depois foi contratado pelo Vasco junto ao América, por 90 contos de luvas e 2 contos de sálario.
Nessa época foi apelidado de Príncipe por sua classe e habilidade, além de ser alto, esguio e elegante. Pelo Vasco, foi várias vezes campeão carioca, em 1945, 1947, 1949, 1950 e 1952, além de conquistar o título sul-americano de 1948 no Chile. Pela Seleção Brasileira jogou a Copa de 50. Na final, com a inesperada derrota para o Uruguai, Danilo saiu chorando do Maracanã, amparado pelo locutor Jaime Moreira, momento registrado em uma das mais famosas fotos do “Maracanazzo”.
Em 1953, transferiu-se para o Botafogo e em 56, de passe livre, assinou com o Uberaba, acumulando as funções de jogador e técnico. Reza a lenda que, no ano seguinte, quando Danilo Alvim queria ser só treinador, o Santos foi jogar um amistoso em Uberaba. O então bicampeão paulista tinha nada mais, nada menos, que Jair Rosa Pinto na meia-esquerda. Mas em campo, de maneira surpreendente, o Colorado findou a primeira etapa empatado com o time da baixada santista. Então, durante o intervalo, no vestiário, antes das instruções, Alvim calçou as chuteiras e disse: “Vou fazer esse segundo tempo”. Foi, fez e ajudou o Colorado a vencer. No final, parabenizado por Jair, teria dito ao ex-companheiro de seleções e do Vasco que aquela fora a sua última partida como jogador profissional. Em 57, convenceu Zizinho, o Mestre Ziza, outro dos grandes jogadores da história do futebol brasileiro, a jogar no Uberaba.
Como treinador levou a Bolívia ao seu único título sul americano, em 1963. Segundo o ex-zagueiro Pavão, que foi treinado por Danilo no Uberaba no final dos anos 50, o “Príncipe” contou que havia perdido praticamente tudo o que havia ganho como grande jogador que foi e que só restava uma casa no Rio de Janeiro em seu nome. Pediu para que não jogassem dinheiro pela janela e evitassem desperdícios. Infelizmente, as suas lições não o livraram de um destino triste, pois findou os dias em um asilo de velhos no Rio de Janeiro, onde morreu de pneumonia em 16 de maio de 1996.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Campeão Carioca de 1947

Há 60 anos o Expresso da Vitória ganhava mais um título carioca

por Alexandre Mesquita*

O empate sem gols com o Botafogo em São Januário no dia 7 de dezembro de 1947 foi o suficiente para que o Expresso da Vitória levasse mais uma taça para sua sala de troféus. Curiosamente foi a primeira vez naquela competição que a equipe cruzmaltina passou em branco no placar. Este foi o sétimo título vascaíno - e seria o terceiro de forma invicta. Com uma campanha espetacular em vinte jogos, perdeu apenas dois pontos, chegando ao fim da competição com sete pontos de vantagem sobre o segundo colocado.

Iniciando o turno de forma avassaladora - goleadas sobre América, Bangu e Bonsucesso -, foi na quarta rodada que o Vasco perdeu seu primeiro ponto ao empatar em casa com o Olaria, resultado que foi considerado uma grande zebra. Depois desse revés, foram nada mais nada menos do que treze vitórias consecutivas, incluindo o histórico 14 a 1 sobre o Canto do Rio - maior goleada da era profissional. Nenhum adversário passou incólume, assim como já havia acontecido no título invicto de 1945. Duas rodadas depois, estava confirmada mais uma conquista invicta de um dos maiores esquadrões de todos os tempos do futebol brasileiro. Do time que três meses depois iria ao Chile representar o nosso país no Sul-americano de Clubes Campeões, voltando brilhantemente com a copa nas mãos.

Sete pontos à frente do Botafogo, única equipe que ainda poderia sonhar com o campeonato, o Expresso viveu no entanto um dia de pouca inspiração. O artilheiro da competição Dimas, substituto de Ademir, que cumpria sua segunda temporada no Fluminense, não esteve bem e a partida apresentou poucas chances claras de gol. O Alvinegro teve uma oportunidade de ouro de tirar o selo do Vasco, mas Geninho desperdiçou o lance. E o empate sem gols ratificou mais uma conquista do clube da colina, do Expresso que continuava a trilhar sobre caminhos gloriosos.


VASCO DA GAMA (RJ) 0 X 0 BOTAFOGO (RJ)
Data: 07/12/1947 Local: São Januário
Campeonato Carioca
Árbitro: Alberto da Gama Malcher
VASCO GAMA: Barbosa, Augusto e Rafagnelli; Alfredo II, Danilo e Jorge; Friaça, Maneca, Dimas, Lelé e Chico. Técnico Flávio Costa.
BOTAFOGO: Osvaldo, Marinho e Gerson; Nilton Senra, Ávilla e Juvenal; Santo Cristo, Otávio, Heleno, Geninho e Teixeirinha. Técnico: Ondino Vieira.

CAMPANHA

20 jogos, 18 vitórias, 2 empates, 68 gols pró, 20 gols contra, saldo positivo 48 gols.

ARTILHEIROS

18 gols: Dimas
14 gols: Maneca
10 gols: Lelé
08 gols: Ismael
07 gols: Friaça
05 gols: Chico
04 gols: Djalma
01 gol: Rafagnelli e Nestor

sábado, 24 de maio de 2008

Campeão Carioca de 1936


Rey e Feitiço

No dia 14 de março de 1937, o Vasco derrotava o Madureira por 2 a 1 e ficava com o título do Campeonato Carioca de 1936. Era a segunda conquista dos "camisas negras" na década de 30 (a primeira havia sido em 1934) e a última antes do jejum de nove anos que só terminaria com o campeonato invicto de 1945, vencido pelo "Expresso da Vitória".
O futebol carioca vivia, na época, sua última grande cisão. De um lado, na Federação Metropolitana de Desportos (FMD), estavam Vasco, Botafogo, Bangu, Madureira, Olaria, São Cristóvão e Andaraí. Do outro, na Liga Carioca de Futebol (LCF), ficavam Flamengo, Fluminense, América, Portuguesa, Bonsucesso e Jequié.
No primeiro turno, o Vasco passou por Madureira (3 a 1), Olaria (5 a 0), Andaraí (2 a 1), Botafogo (1 a 0) e Bangu (3 a 1), mas um tropeço contra o São Cristóvão (2 a 1) levou a decisão para um jogo extra em que o Vasco derrotou seu vizinho de bairro por 2 a 0.
No segundo turno, o Clube da Colina não conseguiu repetir a boa campanha, perdendo dois jogos (1 a 0 para o Madureira e 3 a 2 para o Andaraí) e empatando um (0 a 0 com o Botafogo). As vitórias sobre Olaria (5 a 0), Bangu (2 a 0) e São Cristóvão (3 a 2) não foram suficientes para impedir que o returno ficasse com o Madureira.
A decisão do título ficou, então, para uma melhor-de-três, que seria disputada integralmente no campo do Andaraí - que mais tarde pertenceu ao América e onde atualmente fica o Shopping Iguatemi (Zona Norte do Rio de Janeiro).
No primeiro jogo, em 6 de dezembro de 1936, o Vasco levou um susto com a vitória do Tricolor Suburbano pela contagem mínima. A recuperação veio na segunda partida, disputada uma semana depois: vitória vascaína por 2 a 1, com gols de Nena e Feitiço. A finalíssima acabou ficando para o ano seguinte e somente em 14 de março de 1937 a taça de campeão conheceu seu dono: o Vasco, que venceu o jogo decisivo por 2 a 1 com dois gols de Feitiço.
Os "camisas negras" (apelido que aludia à camisa totalmente preta utilizada pelo Vasco na época), comandados pelo treinador inglês Harry Welfare, tiveram o seguinte time-base no Campeonato Carioca de 1936: Rey, Poroto e Itália; Oscarino, Zarzur e Calocero (Marcelino Perez); Orlando, Luiz de Carvalho (Gama), Feitiço, Kuko (Nena) e Luna.

O artilheiro vascaíno na competição foi Feitiço, com nove gols.
Poucos meses depois do título cruzmaltino, as negociações bem-sucedidas entre Vasco e América resultariam na pacificação do esporte carioca (daí o nome "Clássico da Paz"), com a dissolução das duas entidades então existentes e a criação da Liga de Futebol do Rio de Janeiro (LFRJ).

Confira as fichas técnicas dos jogos decisivos:
1º Jogo
VASCO DA GAMA (RJ) 0 X 1 MADUREIRA (RJ)
Data: 06/12/1936
Local: Campo do Andaraí
Árbitro: Virgílio Fedrighi
Gol: Julinho
VASCO DA GAMA: Rey, Poroto e Itália; Oscarino, Zarzur e Marcelino Perez (Calocero); Orlando, Luiz de Carvalho (Jacy), Feitiço, Nena e Luna / Técnico: Harry Welfare.
MADUREIRA: Pintado, Norival e Cachimbo; Gringo, Damasco e Alcides; Adilson, Kola, Baía, Julinho e Dentinho.

2º Jogo
VASCO DA GAMA (RJ) 2 X 1 MADUREIRA (RJ)
Data: 13/12/1936
Local: Campo do Andaraí
Árbitro: Virgílio Fedrighi
Gols: Nena e Feitiço ; Julinho
VASCO: Rey, Poroto e Itália; Oscarino, Zarzur e Calocero; Orlando, Kuko, Feitiço, Nena e Luna / Técnico: Harry Welfare.
MADUREIRA: Pintado, Norival e Cachimbo; Gringo, Damasco e Alcides; Adilson, Kola, Baía (Almir), Julinho e Dentinho (Batista).
3º Jogo

VASCO DA GAMA (RJ) 2 X 1 MADUREIRA(RJ)
Data: 14/03/1937
Local: Campo do Andaraí
Árbitro: Loris Valdetaro Cordovil
Gols: Feitiço (2) ; Baía
VASCO DA GAMA: Rey, Poroto e Itália; Oscarino, Zarzur (Marcelino Perez) e Calocero; Orlando, Gama (Lauro), Feitiço, Kuko e Luna / Técnico: Harry Welfare.
MADUREIRA: Pintado, Norival e Cachimbo; Gringo, Morais (Damasco) e Alcídes; Adílson, Kola, Baía, Julinho e Dentinho (Almir).
Fonte: Netvasco

Jogos

VASCO DA GAMA(RJ) 2 X 4 MADUREIRA(RJ)
Data: 09/01/1936
Jogo treino
Juiz: José Luís PeixotoGols:Nena, Tião; Kola(2), Bahia, Motta
VASCO DA GAMA: Panello, BrunO(Osvaldo),Itália, Gringo(Oscarino),Zarzur(Chiquinho), Calocero, Orlando(Bahianinho),Luis de Carvalho(Tião),Gradim(Luis de Carvalho), Nena(Kuko, Luna
MADUREIRA: Onça, Norival(Cazuza), Tuíca, Ferro, Moraes, Louro, Adilson, Bahia(Motta), Bahiano, Kola, Dentinho

VASCO DA GAMA (RJ) 4 X 2 OLIMPICO(RJ)
Data: 30/01/1936
Jogo treino
Gols: Orlando(2), Bahianinho, Luis de Carvalho; Beijo, Prego
VASCO DA GAMA: REY(Cãndido),Itália, Osvaldo, Oscarino, Zarzur, Calocero, Orlando(Bahianinho),Luis de Carvalho, Bruno, Kuko, Carlos
OLIMPICO: walter(Fernandinho), Ernesto, Luciano, Osvaldo, Hélio, Pedro Fortes,Colombo, Beijo, Paulo, Prego, Ãngelo

VASCO DA GAMA(RJ) 6 X 2 SERRANO DE PETRÓPOLIS(RJ)
Data: 09/01/1933
Jogo Treino
Gols: Bahia(2), Nelson, Bahiano, Orlando(2)
VASCO DA GAMA: Malhado(Amaral),Lino, Itália, Tinoco, Henrique, Mola,Bahiano,Bahia, Mamão, Nelson, Orlando
SERRANO:Walter, Traveso, Tório, Melitti, Aldo, Oscar, Werneck, Lino, Carlos, Gelson(Paulino)

Almir

1958
Em pé: Carlos Aberto, Ortunho, Bellini, Écio, Orlando, Coronel
Sabará, Almir, Wilson Moreira, Rubens, Pinga


Almir: O Pernambuquinho

Nascido no dia 28 de outubro de 1937 em Recife/PE, Almir Morais de Albuquerque começou a jogar futebol profissionalmente, vestindo a camisa do Sport Clube Recife, em 1956, aos 19 anos. Foi rubro-negra a primeira camisa de Almir.
No início de 1957, agora com 20 anos, trocou a camisa rubro-negra pela cruzmaltina, tendo o seu atestado liberatório comprado pelo Clube de Regatas Vasco da Gama, onde permaneceu até 1960. Ali, no ano de 1958 conquistou o seu primeiro título estadual.
Foi com a camisa do Vasco da Gama que Almir começou a arrumar confusões dentro e fora de campo – mais dentro do que fora – permitindo aflorar uma antipatia dos companheiros jogadores dos times adversários e das torcidas. Passou a ser visto como marginal do futebol, pelas confusões que criava – se bem que sempre as enfrentou de frente, independente do tamanho ou da quantidade de adversários.



Há quem afirme que Almir foi o mais controvertido jogador profissional da sua época. O próprio Almir num relato exclusivo ao livro “Eu e o Futebol”, publicado em 1973 pelos editores da revista Placar, garantiu que se drogava antes e depois dos jogos e nas noitadas. Afirmou que não era o único que fazia isso – embora não tenha apontado mais ninguém – e que isso no meio futebolístico era rotineiro. Numa passagem do livro, Almir afirmou, com ares de orgulho e destemor: “Quebrei a perna do Hélio, do América. Briguei com o time inteiro do Bangu na decisão do Campeonato Carioca de 1966. Paralisei o Milan num jogo em que o Santos se sagrou bicampeão mundial: dei um chega-pra-lá no Amarildo e chutei a cabeça do goleiro Balzarini. Agredi jogadores de outros times, briguei com tantos que até perdi a conta. Eu fui um marginal do futebol.”
Por conta desse seu temperamento, Almir Morais de Albuquerque, no dia 6 de fevereiro de 1973, no Rio de Janeiro, foi assassinado com um tiro na nuca, quando estava num bar em Copacabana.
Mas Almir Albuquerque, também conhecido como “Pernambuquinho”, não era apenas um marginal. Jogador de enorme talento técnico, que tomava para si a responsabilidade de decidir títulos pelos times que jogava.
Em 1960 Almir Albuquerque foi contratado pelo Corinthians. Vestindo a camisa alvinegra paulista foi convocado para a seleção paulista de futebol em 1960, (que naquela época disputava o campeonato brasileiro de seleções) para atuar ao lado de verdadeiros gênios, num time que formava assim: Poy; Djalma Santos, Gildésio, Riberto e Vítor; Fernando Sátiro e Gonçalo; Julinho, Almir, Gino e Canhoteiro. No mesmo ano de 1960, Almir chegaria à seleção brasileira, formando no seguinte time: Gilmar; Djalma Santos, Belini, Geraldo Scotto e Vítor; Dino Sani e Chinesinho; Julinho, Almir, Delém e Roberto.




Nos anos de 1961 e 1962 Almir foi jogador contratado do Boca Juniors, da Argentina, onde também criou alguns problemas e foi negociado no início de 1962 ao Genoa, da Itália. Do Genoa Almir foi contratado pelo Santos, defendendo as cores do alvinegro santista nos anos de 1963 e 1964. No time de Pelé, o Pernambuquinho esteve em excelente forma e ajudou a conquistar os título de bicampeão da Taça Brasil em 63 e 64; paulista em 1964; Libertadores em 1963 e, finalmente, mundial interclubes em 1963.
Em 1965 Almir refez as pazes com as cores rubro-negras e ingressou no Flamengo, onde permaneceu até 1967. Da Gávea, transferiu-se para Campos Sales, onde defendeu a camisa do América no ano de 1968.
O registro mais importante de Almir Albuquerque, defendendo a camisa corintiana, foi apelidado por cronistas e torcedores corintianos de “Pelé Branco”, tentativa medíocre de atingir Pelé, o único. Jogando 29 partidas pelo Corinthians, Almir, que não era um artilheiro nato, marcou apenas 5 gols. Participou de 13 vitórias, 7 empates e 9 derrotas.
Para aqueles torcedores dos clubes que Almir defendia no momento, o atacante era corajoso e destemido, mas, para os torcedores adversários, o Pernambuquinho não passava de um irresponsável, como demonstrara num jogo em que o Santos enfrentou o Milan da Itália, no Maracanã.




Diferentemente do que ocorre hoje, a decisão do Campeonato Mundial Interclubes de 1963 teve três jogos. O primeiro aconteceu em Milão e o Milan ganhou por 4 a 2. Almir não jogou. Quem jogou foi Pelé.
O Milan mandou a campo: Guezzi; David e Trebbi; Maldini (pai de Paolo Maldini), Pelagalli e Trapatoni; Mora, Lodetti, Altafini Mazola, Gianni Rivera e Amarildo. Ainda entraram em campo Barluzzi, Balzarini, Benitez, Dino Sani e Fortunato. O Santos jogou com: Gilmar; Lima, Mauro, Calvet e Dalmo; Zito e Mengálvio; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Nos dois últimos jogos, no Maracanã, entraram Ismael, Haroldo e Almir nas vagas dos contundidos Zito, Calvet e Pelé.
Nos jogos do Maracanã o Santos venceu o primeiro por 4 a 2. No terceiro e decisivo jogo o Santos venceu por 1 a 0, com Dalmo cobrando pênalti cavado por Almir, que, depois, em entrevistas, ele confirmou que não aconteceu e que o árbitro Juan Brozzi estaria na “gaveta”.
Defendendo o Flamengo, no período de 1965 a 1967, Almir realizou 73 partidas, conquistando 33 vitórias, 19 empates e sofrendo 21 derrotas. O Pernambuquinho marcou 21 gols e nunca foi campeão carioca pelo rubro-negro;




No Flamengo Almir também aprontou. Foi protagonista de uma batalha campal, em 1966, quando o time da Gávea perdeu o título estadual para uma magistral formação dos “Mulatinhos rosados”. Concluída a partida, os jogadores do Bangu se dirigiam para receber o troféu de campeão e, com ele, dar a famosa “volta Olímpica”. Almir interferiu e iniciou uma briga com Ladeira, tomou uns catiripapos de Ananias, chutou Ubirajara e levou uns socos de Ary Clemente.
Almir Albquerque, talvez um dos mais corajosos atacantes do futebol mundial em todos os tempos, fez fama como brigão e acabou assassinado sem esboçar qualquer reação. Tinha um irmão que também foi jogador profissional: Adilson, atacante, que defendeu inicialmente o Vasco da Gama.
Num clássico entre Vasco e Fluminense, com o Maracanã superlotado, Adilson foi protagonista de uma briga entre todos os jogadores e comissões técnicas, que chegou às arquibancadas. Naquele dia Adilson – sem motivos aparentes – agrediu Odair, que tinha vindo do Atlético Mineiro para defender as cores do Vasco da Gama, iniciando uma briga generalizada.
Adilson, garantem alguns, brigou muito mais pela má fama de Almir do que pela sua própria.

Títulos pelo Vasco da Gama

Campeão Carioca: 1958
Campão do Torneio Rio/São Paulo: 1958

Jaguaré



JAGUARÉ


Nome: Jaguaré Bezerra de Vasconcelos
Nascimento: 14/7/1905, Rio de Janeiro
Falecimento: 27/10/1940, Santo Anastácio(SP)

Com suas maravilhosas defesas, ele irritava os adversários. Com suas molecagens, ela ganhava todas as torcidas. Foi ídolo do Vasco, e um dia, trocou o futebol brasileiro pela Europa. Lá, seu gênio brincalhão não mereceu tantos aplausos. Quando voltou, estava sem um tostão, e teve um triste fim.Estivador por necessidade e goleiro por vocação, Jaguaré foi o primeiro jogador brasileiro a cortejar a publicidade. Durante os anos que defendeu o Vasco da Gama, e mesmo depois de sua transferência para a Europa, sempre foi noticias nos jornais. Os jornais inventavam muito coisa sobre Jaguaré. Mas, ele era um bom sujeito, uma criança crescida.Antes de chegar ao Vasco, Jaguaré carregava sacos de farinha no Moinho Inglês.

No primeiro treino ele abafou. Tinha uma auto confiança dos que realmente sabiam o que queriam. O técnico Welfare implicou com o desleixado Jaguaré, mas terminou aceitando o goleiro como ele realmente era, relaxado, moleque, brincalhão e genial no gol. Não demorou muito, Jaguaré tinha uma legião de fãs. A cada partida inventava uma jogada nova, sempre para desmoralizar o adversário. Torcedores lembram que num jogo Vasco e Bangú, Jaguaré havia prometido que iria driblar Ladislau que já entrou em campo irritado. Na primeira jogada, o goleiro deu um tapinha na bola encobrindo Ladislau, e quando o atacante voltou o corpo, Jaguaré deu outro lençol e saiu girando a bola na ponta do dedo.

Contra o América, Jaguaré quase mata Alfredinho de raiva. Primeiro defendeu um chute do atacante americano somente com uma das mãos. Depois atirou a bola na cabeça de Alfredinho para fazer nova defesa. Com tantas molecagens, nada mais natural que os estádios enchessem e a fama de Jaguaré inchasse. No livro de Mário Filho “Romance do Futebol Brasileiro”, muitos são os casos contados pelo falecido jornalista.O Vasco da Gama foi o campeão carioca de 1929. Como prêmio, o time realizou uma temporada em Portugal. Jaguaré ficou encantado com o profissionalismo. Terminou ficando pela Europa, junto com Fausto dos Santos, jogando no Barcelona, para depois se transferir para o futebol francês. De vez em quando, aparecia no Brasil e era um sucesso. Um dia, anunciou que iria treinar no Vasco. São Januário encheu. Jaguaré apareceu de terno branco e chapéu chile pendido de lado. Trocou de roupa e ficou igualzinho a um goleiro europeu, de boné e luvas. Foi o primeiro goleiro brasileiro a usar luvas.

Na Europa, as molecagens que fazia no Brasil não eram aceitam. Num jogo pela Copa da França, contra o Racing, fez uma defesa de bicicleta. Não foi mandado embora porque o Olimpique venceu. Na Inglaterra, depois de uma defesa, atirou a bola na cabeça do adversário. O juiz parou o jogo, chamou o capitão do Olimpique para adverti-lo que não iria admitir outra jogada como aquela, e puniu o time francês com um tiro livre indireto.Um dia, Jaguaré voltou ao Brasil para ficar. Voltou com medo da guerra. Chegou sem um tostão. O dinheiro que ganhou, e não foi pouco, gastou tudo pelas esquinas da vida. Voltou a ser estivador e quando falava do seu passado, todos riam e não acreditavam em Jaguaré. Depois, desapareceu. Sabe-se que foi para a cidade de Santo Anastácio no Oeste paulista. Em 1940, Jaguaré voltou a ser noticia dos jornais. Em um canto de página policial, estava a noticia de que o antigo goleiro do Vasco Jaguaré, tinha se envolvido em uma briga com policiais, que o espancaram até a morte. Jaguaré foi enterrado com indigente.

Museu dos Esportes




sexta-feira, 23 de maio de 2008

Maranhão

1965
Maranhão

Nome: José de Ribamar Celestino
Data de Nascimento: 3 de julho de 1942 (algumas fontes indicam 30 de julho)
Local de Nascimento: São Luiz (MA)

No Vasco
Categorias de Base
Ingressou em 15 de fevereiro de 1959
Disputou 18 jogos e marcou 6 gols entre 1959 e 1961

Time Profissional

Profissionalizou-se em 1º de junho de 1961
Disputou 285 jogos e marcou 14 gols entre 1961 e 1967

Primeiro jogo: 01/05/1961 / Amistoso: Vasco 2 x 1 Santa Cruz
Primeiro gol: 08/07/1961 / Campeonato Carioca: Vasco 3 x 0 Portuguesa
Último gol: 25/05/1967 / Taça Gov. Negrão de Lima: Vasco 2 x 0 Nacional-URU
Último jogo : 25/06/1967 / Amistoso: Vasco 2 x 2 América

Títulos

1963 - Torneio de Santiago (Chile)
1963 - Torneio Pentagonal da Cidade do México
1964 - Torneio Cidade de Belém
1965 - Torneio Cinqüentenário da Federação Pernambucana
1965 - Torneio IV Centenário do Rio de Janeiro
1965 - I Taça Guanabara
1966 - Torneio Rio-São Paulo

Na Seleção Brasileira

Seleção Olímpica: 13 jogos (8V 1E 4D), 3 gols

Jogos Pan-Americanos de 1959 (Chigaco, EUA)

29/08/1958 - Brasil 4 x 2 Costa Rica
30/08/1958 - Brasil 4 x 0 Cuba - 1 gol
31/08/1958 - Brasil 3 x 5 EUA
02/09/1958 - Brasil 9 x 1 Haiti - 1 gol
03/09/1958 - Brasil 6 x 2 México
05/09/1958 - Brasil 1 x 1 Argentina

Brasil medalha de prata

Pré-Olímpico de 1960 (Peru)

20/12/1959 - Brasil 0 x 2 Colômbia
27/12/1959 - Brasil 7 x 1 Colômbia
19/04/1960 - Brasil 2 x 1 México
21/04/1960 - Brasil 1 x 3 Argentina
27/04/1960 - Brasil 4 x 1 Suriname - 1 gol
30/04/1960 - Brasil 0 x 2 Peru

Brasil 3º colocado, classificado para os Jogos Olímpicos de 1960 (Roma, Itália)

Jogos Olímpicos de 1960 (Roma, Itália)

29/08/1960 - Brasil 5 x 0 Formosa (Taiwan)

Brasil eliminado na 1ª fase

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Zé Carlos



Zé Carlos

Zé Carlos Lebeba, o José Carlos Campos Penteado, meio-campista que defendeu o Vasco da Gama e o Náutico Capibaribe nos anos 60 e 70, hoje mora em São Carlos (SP), no bairro Vila Nery. Lebeba, que é pai de um filho (João Carlos Lebebinha), aposentou-se pelo Sesc de São Carlos.
Nascido na mesma cidade no dia 17 de fevereiro de 1942, Lebeba começou a carreira de jogador de futebol no time do Arapongas (PR). Foi contratado pelo Vasco em 1962 e defendeu o time cruz-maltino até 1965.
Em 1966, ele aceitou o convite de jogar pelo Náutico. A trajetória no Timbu foi feliz. Lebeba fez parte da equipe alvi-rubra pentacampeã pernambucana.

Em 1971, Lebeba deixou o futebol brasileiro para jogar no Vitória de Guimarães, de Portugal. Mas no ano seguinte já estava de volta ao país. Encerrou a carreira no Grêmio Esportivo Sãocarlense, em 1976.

Andrada



Em pé: Andrada, Haroldo, Miguel, Moisés, Eberval, e Alcir Portela
Agachados: Suingue, Buglê, Luis Carlos, Silva e Marco Antônio.

Andrada

Andrada, o Edgardo Norberto Andrada, o famoso goleiro do milésimo gol de Pelé, voltou a morar em sua cidade natal, Rosario, na Argentina, onde trabalha na revelação de jovens talentos para o futebol argentino.Nascido no dia 2 de janeiro de 1939, Andrada começou a carreira no Rosario Central, clube que defendeu de 1960 a 1969. Teve seu passe comprado pelo Vasco da Gama em 1969. E foi justamente naquele ano, no dia 19 de novembro, que Pelé marcou o milésimo gol da carreira ao bater pênalti em Andrada em um Vasco e Santos, no Maracanã.Depois do Vasco da Gama, o goleiro defendeu o Vitória, em 1976, e retornou ao futebol argentino para jogar pelo Colón, de 1977 a 1982.

O rei cobra o pênalti que resultou em seu milésimo gol.
O goleiro Andrada se estica todo, mas não evita a festa de 70 mil pessoas no Maracanã
Títulos de Andrada

Os títulos mais importantes de sua carreira no futebol brasileiro foram: o Brasileiro de 1974 e o Carioca de 1970.

Massinha

Anos 60
Em pé: Miltão, Odimar, Russo, Massinha, Jorge Andrade e um jogador não identificado. Agachados: jogador não identificado, Altamiro, Clemente, Lebeba e Ramos

Massinha

Benedito Aparecido dos Santos, o Massinha, foi um dos melhores laterais-direitos do futebol de Minas Gerais na década de 1960. Nascido em São José do Rio Pardo, interior paulista, e falecido em São João da Boa Vista, fez parte da seleção mineira que levantou o Campeonato Brasileiro de Seleções em 1963 jogando ao lado de Marcial, Willian, Procópio, Neco, Hilton Chaves, Osvaldo Rossi, Wilson Almeida, Ari, Marco Antônio (ex-São Paulo e Comercial de Ribeirão Preto), Amauri (ex-Galo e Comercial de Ribeirão Preto), entre outros. Ainda criança, mudou-se para Vargem Grande do Sul, onde iniciou a carreira de jogador na Associação Atlética Vargeana.
Defendeu também Palmeiras de São João da Boa Vista, A.A.Caldense, Cruz Preta de Alfenas, Cruzeiro, Vasco e futebol da Colômbia. Casou-se em São João da Boa Vista e teve sete filhas. Antes de falecer, trabalhou como técnico do Rio Branco de Andradas (MG).

terça-feira, 20 de maio de 2008

Torneio de Paris


Valter Marciano

I Torneio de Paris

Um baile no Campeão Europeu

Grande parte do texto abaixo é uma transcrição do livro O Expresso da Vitória - Uma História do Fabuloso Club de Regatas Vasco da Gama, de Abraham Bohadana, páginas 62-66.
O Torneio de Paris nasceu em 1957 para ser o grande evento do calendário internacional do futebol francês. Para sua primeira edição foram convidados o Racing Club de Paris, um dos melhores times franceses da época; o Vasco, campeão carioca de 56, representando a escola sul-americana; o Rot Weiss Essen, uma das mais poderosas equipes da Alemanha; e, como grande atração, o Real Madrid, considerado simplesmente o melhor time do mundo.

E justiça seja feita, o Real era mesmo um timaço. Uma máquina, que tinha o "péssimo" hábito de golear seus adversários. Se a defesa era uma muralha, o ataque era avassalador, com destaque para o francês Raymond Kopa e sobretudo para Alfredo Di Stefano. Não era à toa que o Real, bicampeão europeu àquela altura, seguiria vencendo a Copa dos Campeões Europeus seguidamente até 1960.
O Vasco já havia enfrentado aquele poderoso Real Madrid quase um ano antes, em julho de 56, na Venezuela. Em três partidas, houvera uma vitória para cada lado e um empate - nos dois primeiros encontros, pelo torneio Pequena Taça do Mundo, vitória do Real por 5x2 na primeira rodada do turno e empate de 2x2 na última rodada do returno, resultado que inclusive deu o título aos espanhóis. A partida foi tão boa que Vasco e Real foram convidados a realizar novo encontro no dia seguinte, que terminou com a vitória vascaína por 2x0.
Quanto a Di Stefano, era um velho conhecido do Vasco. Quase 10 anos antes, Don Alfredo havia jogado pelo River Plate na final do Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões. Anulado pela defesa cruzmaltina, o Saeta Rubia não pôde evitar o título invicto do Vasco naquela ocasião.
A participação no Torneio de Paris era para o Vasco parte de uma longa excursão de meio de ano, que havia começado em 5 de junho no Caribe, com uma vitória por 2x1 sobre a Seleção de Curaçao. A seguir, uma parada em Nova York, onde em 9 de junho derrotou facilmente o Hakoach por 6x2. O time dirigido por Martim Francisco partiu então para a Europa, onde faria mais onze partidas, começando pelas duas programadas para o Torneio de Paris.
Na partida de abertura do torneio, o Vasco enfrentou o time anfitrião, o Racing, na noite de 12 de junho de 1957. Para surpresa geral, o Vasco botou os franceses na roda, deixando a torcida e imprensa boquiabertos. A tal ponto que a vantagem de 1x0 no primeiro tempo (Livinho aos 22 minutos) foi considerada um presente para o adversário. E o placar final de 3x1 (Pinga aos 13 e Vavá aos 22, descontando Senac aos 44), um resultado injusto, que não refletia nem de longe o que fora a partida.
Na partida de fundo, confirmando as expectativas, o Real não tomou conhecimento do time alémão goleando-o por 5x0, com uma notável exibição de Kopa e Di Stefano.
Para a final do dia 14 de junho no Parc de Princes entre Vasco e Real Madrid, os espanhóis eram considerados amplos favoritos pela imprensa francesa. No seu livro O Expresso da Vitória - Uma História do Fabuloso Club de Regatas Vasco da Gama, Abraham Bohadana conta com riqueza de detalhes o que todavia ocorreu:
- Suave é a noite

Após uma partida preliminar maluca, que viu a vitória do Racing sobre o Rot Weiss pelo placar esquisito de 7x5, Vasco e Real entraram em campo para a final, diante de um público numeroso [38 mil] e ávido de emoções.
E emoções não faltariam: aos 4 minutos, aproveitando-se de uma indecisão de Viana, Di Stefano colocava o Real em vantagem. O gol espanhol pegou o Vasco ainda frio e criou o cenário ideal para um europeu: um jogo agradável, uma noite maravilhosa, uma equipe brasileira habilidosa mas perdendo.
Foi então que, num passe de mágica, o Vasco passou de dominado a dominador. Seus jogadores começaram a tocar a bola com tal habilidade que a partida foi se transformando numa verdadeira brincadeira de gato e rato. O gol de empate, era óbvio, não tardaria. Aos 20 minutos o lateral direito Dario fez um longo passe transversal para Ortunho que, de primeira, enfiou para a corrida de Pinga. O grande ponta foi à linha de fundo e jogou para trás, para Válter, que soltou uma bomba que estufou a rede espanhola.

Entre estupefatos e divertidos, os franceses aplaudiram, sem saber que o melhor estava por vir. Qual um rolo compressor, o Vasco continuou o recital. Mesmo desfalcado de alguns titulares convocados para a Seleção Brasileira que disputava as eliminatórias da Copa do Mundo, o Vasco botou o grande Real Madrid na roda. De modo que ninguém se surpreendeu com o segundo gol. Aos 32 minutos nova jogada de Pinga pela esquerda, novo passe para a área, desta vez para o complemento de Vavá, o Peito-de-aço, enfiado entre os zagueiros espanhóis. Conquistados, os franceses ensaiaram um Vascô, Vascô.
Humilhado pelo banho de bola, o time espanhol voltou para o segundo tempo agressivo. Logo aos 8 minutos Mateos empatou, concluindo bela jogada de Kopa. Empolgados e apoiados pela torcida que já havia esquecido a exibição vascaína do primeiro tempo, os jogadores do Real resolveram ganhar no grito: Gento agrediu Pinga com uma cabeçada e o pau comeu durante 10 minutos. Praticamente sozinho o negão vascaíno Ortunho botou o time espanhol pra correr.
Os ânimos haviam apenas serenado quando o mesmo Ortunho entrou duro sobre Mateos, obrigando o jogador do Real a deixar o gramado. Como os espanhóis já haviam feito as duas substituições regulamentares, os dirigentes do Vasco se opuseram a substituição de Mateos, numa atitude que não contribuiu em nada para acalmar os ânimos.
Com Mateos fazendo número (ou fingindo) a partida recomeçou e com ela o domínio do Vasco. Até que aos 21 minutos veio o terceiro gol. Uma obra de arte. Uma pintura digna de ser exposta no Louvre (ou numa vitrine da Rua do Ouvidor). Em jogada sensacional, Válter enfiou uma bola de curva para Livinho deslocado pela meia esquerda. Este, cercado de espanhóis por todos os lados, não pensou duas vezes: ao invés de tentar passar a bola para um companheiro desmarcado, simplesmente optou pelo impossível. Com um toque leve e sutil, quase diafano, tocou pelo alto encobrindo o goleiro espanhol.

Conquistados, os franceses aplaudiram. Desesperados, os espanhóis tentaram reagir na raça. Mas o Vasco tinha a partida nas mãos: aos 39 minutos, numa jogada acrobática que provocaria sua contusão, o meia Válter marcaria o quarto e último gol vascaíno.
Completamente abatido, o Real, num sobressalto de orgulho, se lançou a frente com todas as forças, conseguindo diminuir o marcador através de Kopa aos 44 minutos. A torcida, que no primeiro tempo tinha vibrado com o Vasco mas que durante a briga apoiara os espanhóis, vaiou quando após a saída a bola foi atrasada para o goleiro Carlos Alberto.
Depois do jogo, de cabeça fria, os franceses entenderam que tinham visto um espetáculo raro, embora doloroso para eles: o baile que os "sambistas" negros tinham aplicado no campeão europeu, considerado o melhor time do mundo. Vale a pena reler o que escreveu no dia seguinte Jacques Ferran no jornal l'Equipe:
"E então, bruscamente o Real desapareceu literalmente. Seriam as camisas de um vermelho pálido ou os calções de um azul triste que enfraqueciam a soberba equipe espanhola? Não; é que, antes, apareceram subitamente do outro lado os corpos maravilhosos, apertados nas camisas brancas com a faixa preta, de onze atletas de futebol, de onze diabos negros que tomaram conta da bola e não a largaram mais.
Durante a meia hora seguinte a impressão incrível, prodigiosa, que se teve é que o grande Real Madrid campeão da Europa, o intocável Real vencedor de todas as constelações européias estava aprendendo a jogar futebol".


Por sua vez, o jornalista Gabriel Hanot, o mesmo que mais tarde chamaria Pelé de Rei, admitia que o Real fora totalmente dominado. No time do Vasco, a defesa com quatro zagueiros tinha causado grande impressão, mas o destaque ficava mesmo para o meio campo e para o ataque, onde Laerte, Livinho e Pinga tinham dado um show de bola.
Do Real, só haviam escapado Kopa e Mateos. Ao grande Di Stefano, que sumiu do jogo após ter marcado o primeiro gol, restava a frustração de mais uma derrota frente ao Vasco. Nessa suave noite de glória para o futebol brasileiro, a grande estrela argentina tinha sido ofuscada por um astro maior: Válter Marciano. O que Válter fez nesse jogo não pode ser descrito por palavras. Quem viu, viu, quem não viu, não viu. Um futebol tão mágico que levou Hanot a dizer dele que "jogou um jogo de ataque tal como há muito tempo não se via na Europa".
Quando penso nessa bela e inesquecível vitória vascaína me pergunto até que ponto a magistral exibição de Válter não acabou contribuindo para o desfecho trágico de sua breve carreira. Comprado pelo Valencia, o grande meia acabaria morrendo num estúpido desastre de automóvel, deixando uma enorme saudade no coração dos vascaínos. Mesmo daqueles que, como eu, nunca o viram jogar.
Mauro Prais


VASCO DA GAMA (RJ) 4 X 3 REAL MADRID (ESP)
Data: 14/06/1957
Torneio de Paris
Publico: 38.000
Gols: Di Stefano’ 4 ; Valter’ 20 ; Vavá’ 32 ; Mateos’ 08 ; Livinho’ 21 ; Valter’ 39 ; Kopa’ 44 .
VASCO DA GAMA: Carlos Alberto; Dario, Viana, Orlando e Ortunho; Laerte e Valter Marciano; Sabara’, Livinho, Vava’ e Pinga.
REAL MADRID: Alonso; Torres, Marquitos(Santamaria), Lesmes e Munoz; Ruiz e Mateos; Kopa, Di Stefano, Rial(Marshal) e Gento.

Jogos

12/06/1957: VASCO 3 X 1 RACING (FRA)
14/06/1957: VASCO 4 X 3 REAL MADRID (ESP)ESP

Jogos

VASCO DA GAMA (RJ) 3 X 0 CORINTHIANS (SP)
Data : 02/03/1966
Torneio Rio São Paulo
Local : Estádio Do Pacaembu
Arbitro : Eunápio De Queiroz
Público : 44.154
Gols : Maranhão 23/1ºT, Célio 37/1ºT , Célio 35/2ºT
VASCO DA GAMA: Amauri, Joel, Brito, Fontana, Oldair, Maranhão, Danilo Menezes, Luisinho (Zezinho), Célio, Lorico e Tião / Técnico : Zezé Moreira
CORINTHIANS: Heitor, Jair Marinho, Ditão, Galhardo, Édson, Dino Sani, Nair (Rivelino), Garrincha, Flávio, Tales (Nei) e Gílson Porto / Técnico : Oswaldo Brandão

VASCO DA GAMA (RJ) 0 X 3 BANGU (RJ)
Data : 03/12/1966
Campeonato Carioca
Local : Estádio Do Maracanã
Arbitro : Aírton Vieira De Morais
Público : 11.515Gols : Aladim 41/1ºT, Cabralzinho 18/2ºT , Jaime 25/2ºT
VASCO DA GAMA: Édson Borracha, Ari, Brito, Ananias, Silas, Oldair, Alcir, Nado, Célio, Paulo Matta e Zezinho / Técnico : Paulo Amaral
BANGU: Ubirajara, Cabrita, Mário Tito, Luís Alberto, Ari Clemente, Jaime, Ocimar, Paulo Borge, Ladeira, Cabralzinho, Aladim / Técnico : Alfredo Gonzalez

VASCO DA GAMA (RJ) O XO AMÉRICA (MEX)
Data : 11/01/1966
Torneio Hexagonal Do México
Local : Estádio Universitário Do México
Arbitro : Ramiro Garcia
VASCO DA GAMA: Levis, Joel, Brito, Fontana, Oldair, Maranhão, Zezinho, Célio, Lorico (Acelino), Tião e Danilo Menezes / Técnico : Zezé Moreira
AMÉRICA: Ataulfo, Martinez, Bosco, Portugal, Cuenca, Regueiro, Del Aguila, Fragoso, Moacir, Coco Gomes, Padilla, ?

VASCO DA GAMA (RJ) 2 X 1 FLAMENGO (RJ)
Data : 31/03/1966Amistoso Estadual
Local : Estádio Municipal De Brasília
Arbitro : Idélcio Gomes De Almeida
Gols : Célio 35/1ºT, Almir 1/2ºT, Célio 9/2ºT
VASCO DA GAMA: Amauri, Joel (Gama), Brito (Caxias), Ananias, Hipolíto, Maranhão, Danilo Menezes, William, Célio, Picolé (Zezinho) e Tião (Ronildo) / Técnico : Zezé Moreira
FLAMENGO: Valdomiro (Marco Aurélio), Murilo, Paulo Lumumba, Itamar, Paulo Henrique, Jarbas (Evaristo), Juarez, Paulo Alves, Almir (Fio), César e Rodrigues / Técnico : Armando Renganeschi

VASCO DA GAMA (RJ) 1 X 1 FLUMINENSE (RJ)
Data : 03/11/1966
Campeonato Carioca
Local : Estádio Do Maracanã
Arbitro : José Aldo Pereira
Público : 14.396
Gols : Paulo Matta 38/1ºT, Mário 33/2ºT
VASCO DA GAMA: Valdir, Ari, Brito, Fontana, Oldair, Danilo Menezes, Salomão, Nado, Célio, Paulo Matta e Moraes / Técnico : Zezé Moreira
FLUMINENSE: Jorge Vitório, Oliveira, Caxias, Altair, Bauer, Jardel, Denílson, Amoroso, Samarone, Mário e Lula / Técnico : Tim

VASCO DA GAMA (RJ) 1 X 0 CAMPO GRANDE (RJ)
Data : 24/03/1968
Campeonato Carioca
Local : Estádio De São Januário
Arbitro : José Gomes Sobrinho
Gol : Bianchini
VASCO DA GAMA: Pedro Paulo, Ferreira, Brito, Fontana, Lourival, Buglê, Danilo Menezes, Nado, Bianchini, Nei e Silvinho / Técnico : Paulinho De Almeida
CAMPO GRANDE: Helinho, Paulo, Biluca, Vicente, Jofre, Gil, Alves, Ércio (Adílson), Valmir, Dario e Augusto (Dagoberto)

Pacoti


Pacoti
Nascido no dia 28 de dezembro de 1933, Francisco Nunes Rodrigues é filho do município cearense de Quixadá, conhecido pelos cearenses como “Terra dos Monólitos” por conta do excessivo número de serras e pedras, que tornam o lugar absurdamente quente.
Pois Francisco Nunes Rodrigues é também conhecido no mundo futebolístico pelo apelido de Pacoti. Pacoti tinha exatos dezenove anos, quando começou a defender as cores do Bangu, time amador de Quixadá. Chegou ali no ano de 1952 e, em 1953 foi convocado para defender o selecionado municipal no Torneio Intermunicipal de Futebol.
Arisco, chegado a fazer gols, logo Pacoti ganhou notoriedade nas disputas da competição intermunicipal de 1953. Foi contratado em 1954 pelo Nacional, time intermediário de Fortaleza ligado aos Correios e Telégrafos.
As boas apresentações do atacante pelo Nacional o levaram ao Ferroviário de Fortaleza, no ano de 1954, onde passou a ser funcionário da RFFSA. Ali foi artilheiro e substituiu o então centroavante e ídolo Macaco. Mas ainda formou no ataque que tinha: Zé de Melo, Pacoti, Macaco, Aldo e Fernando. Nessa época, o ataque dos times era formado por cinco atacantes, embora o quarto homem (no caso, Aldo) trabalhasse mais na construção das jogadas.
No Ferroviário Pacoti conheceu o conterrâneo Zé Limeira, que vinha a ser irmão do zagueiro Ivan Limeira, que brilhou anos à fio no Ceará, Náutico de Recife, Ferroviário, Tiradentes, Piauí. No Ferrim Pacoti brilhou nos anos de 55, 56 e 57.
Em 1958 foi convocado para a seleção cearense que disputava o campeonato nacional de seleções. Ali, por conta dos muitos gols marcados, foi contratado em 1958 pelo Sport Club Recife, onde encontrou Traçaia, com quem formou dupla de ataque.
No ano de 1958 Pacoti foi negociado ao Vasco da Gama, onde permaneceu até 1959. No Vasco da Gama, Pacoti conseguiu o título do Super Supercampeonato Carioca de 1958. Por onde passou, Pacoti foi sempre goleador.
No ano de 1960 Pacoti resolveu sair do Rio de Janeiro, mais precisamente do Vasco da Gama. Foi defender as cores da Portuguesa Santista, onde ficou até o início de 1961. A Portuguesa Santista o devolveu ao Vasco da Gama que o negociou ao Sporting, de Lisboa, onde jogou nos anos de 1961, 62 e 63.
Verdadeiro andarilho, em 1964 Pacoti trocou Lisboa pelo Rio de Janeiro e foi contratado pelo Olaria para jogar o campeonato carioca de futebol. Nos anos seguintes de 65 e 66 Pacoti defendeu as cores do Valência, da Venezuela.
Financeiramente muito bem, no final dos anos sessenta Pacoti retornou para Fortaleza e, como não poderia deixar de ser, foi defender o Ferroviário, onde começou profissionalmente e onde resolveu encerrar a carreira.
Pacoti mora hoje em Fortaleza, mais precisamente na Praia de Iracema. Em Fortaleza, o “Pelé Branco do Vasco” é funcionário da AGAPE (Associação de Garantia ao Atleta Profissional do Estado do Ceará) e administra interesses no estádio Presidente Vargas.
Rafaelle Sales, neta do ex-artilheiro, escreveu: “Na casa pequena, próxima ao imponente Centro Cultural Dragão do Mar, mora um senhor de 72 anos, que ganhou aplausos e foi festejado no Brasil, Portugal e Venezuela. O homem de aparência pacata e sorridente talvez não desperte a idéia, para quem não conhece seu passado, que ele já foi motivo de terror para muitos torcedores e defensores de clubes de futebol no Brasil. Este homem é Francisco Nunes Rodrigues, mas atende pelo nome de Pacoti, Um dos grandes goleadores da história do Ferroviário e do futebol cearense.
E é esta casa, um ambiente que exala nostalgia, reforçado pelas suas fotos em um quadro que ele expõe com orgulho na parede. Nele estão todos os clubes por onde passou, nove ao total: Bangu (da sua cidade natal, Quixadá), Nacional (já em Fortaleza), Ferroviário, Sport-PE, Vasco da Gama-RJ, Portuguesa Santista, Sporting (Lisboa), Olaria-RJ e Valência, da Venezuela.
Pacoti não fala, porém, do passado com a melancolia típica de alguns de seus companheiros de profissão que se aposentam e sentem a falta do brilho fugaz da fama. O sorriso quase permanente passa uma imagem de dever cumprido. Trajetória que se encerrou da maneira como foi sua vida futebolística, com gosto de vitória. Foi no Presidente Vargas, em 1967, no amistoso contra o Fluminense-RJ, em que seu Ferroviário venceu por 3x2, com um gol dele e dois de Mozart, grande amigo e outro ídolo local.
Daquela época, guarda a lembrança de um futebol cearense com “mais técnica e mais craques”, citando Mozart, Damasceno, Gildo, Croinha, entre outros, e com menos violência entre torcidas. “Lamento não haver mais aquela união”, diz ele. Além disso, tece críticas à postura de alguns atletas atuais: “eles não têm amor próprio, nem à camisa. Falta respeito ao torcedor. Hoje, não se vê um ídolo”.
Hoje, Pacoti preside a Associação de Garantia ao Atleta Profissional do Estado do Ceará (Agape) e, através dela, continua tendo contato com seus companheiros do futebol cearense. Além deles, mantém a amizade com outros colegas como os campeões mundiais Bellini, Orlando, Gilmar, Brito e o ex-lateral vascaíno Coronel, seu padrinho de casamento. Craques que dividiram a atenção das torcidas com um cearense chamado pela Revista do Esporte de “a máquina de gols do Norte”, quando contratado pelo Vasco.
Pacoti iniciou sua carreira de jogador dividido entre os gramados e a profissão de funcionário público. Foi trabalhando nos Correios e Telégrafos que disputou suas primeiras partidas no Nacional, que na época era o time daquela instituição. No próprio Ferroviário, chegou lá devido a uma transferência para a RFFSA, que tinha ligação com o time coral.
E foi no Ferrão que ele começou a despontar. Em 1956 e 1957, os gols marcados pelo time fizeram com que ele chegasse à seleção cearense, que disputava o antigo Campeonato Brasileiro de Seleções. Depois, saiu para o Sport, de Recife, onde atingiu um recorde no certame estadual de 1958: 36 gols em 18 partidas. Virou, então, a “máquina de gols do Norte”, despertando o interesse do poderoso Vasco da Gama carioca.
E foi no Vasco, ao lado de craques como Bellini, Orlando, Roberto Pinto, entre outros, que ele foi campeão do legendário campeonato carioca de 1958, onde o clube cruzmaltino, após empatar em pontos com o Flamengo e o Botafogo na soma dos turnos e também em um triangular de desempate, chegou ao título em um segundo desempate. Entre os adversários da difícil conquista, estavam nomes como Joel e Dida pelo rubro-negro e Nilton Santos e Garrincha entre os botafoguenses. Naquele ano, os três clubes cariocas, mais o Santos, formariam a base da seleção campeã mundial na Suécia.
Em 1960, ele foi emprestado à Portuguesa Santista, para depois retornar ao Vasco e de lá partir para Portugal no ano seguinte, vestindo as cores verde e branca do Sporting de Lisboa. Ele recorda que, na época, o êxodo de atletas brasileiros, tão comum no futebol atual, era uma prática rara. Mesmo assim, a adaptação não foi difícil e ele passou a fazer, como sempre, muitos gols, disputando a artilharia com o astro português Eusébio e o brasileiro Azulmir.
De volta ao Brasil, passou pelo Olaria e foi ao Valencia venezuelano, para encerrar a carreira em 1967, no clube de coração, o Ferroviário, aos 34 anos de idade. Ganhou prêmios como o Troféu Flávio Ponte, na Noite das Personalidades Esportivas, e o troféu de Honra ao Mérito da Federação Pernambucana de Futebol pelo recorde da temporada de 1958.
A trajetória de Pacoti rende algumas histórias que são consideradas inesquecíveis pelo jogador. Desde o início de carreira, como o teste frustrado para a equipe do Calouros do Ar, onde disseram que ele não servia para o futebol. Ele conta que viajou “em um teço-teco” de Quixadá para a capital cearense, e, reprovado, voltou de trem. O que poderia ser apenas uma viagem,foi, para o garoto do interior, uma verdadeira aventura. “Eu achava tudo aquilo ótimo”, ri.
Já no exterior, ele lembra do rígido regime fascista de Portugal nos anos 60, quando os jogadores enfrentavam problemas para dar simples entrevistas. “Para a gente, não era tão complicado, porque para qualquer coisa, tínhamos o consulado, a embaixada. Mas para eles, era duro”, lembra, dizendo que o Governo chegava a pressionar os clubes, ditando regras sobre o que deveria ou não ser falado.
Entre as suas atuações mais especiais, ele destaca a partida entre a seleção cearense e a do Maranhão, em 1956. Ele recorda que, durante a execução do Hino Nacional, a torcida gritou seu nome em peso. “Eu só pude pedir a Deus que me desse sorte”, emociona-se. Acabou marcando cinco gols na vitória por 6x1.
Porém, o gol que ele considera mais importante não aconteceu no Ceará, mas sim no maior estádio do mundo, o Maracanã, em julho de 1959, no clássico entre Flamengo e Vasco. Lá, Pacoti fez o gol de empate dos vascaínos dando um lençol no goleiro Fernando. A sua atuação e o gol do conterrâneo Babá, ponta-esquerda do Flamengo, renderam a manchete da revista Fatos &Fotos: “Dois cearenses abalam o Maracanã”, além da capa da Revista do Esporte."

Fonte Jornal Pequeno

Bellini

1958

Bellini


A trajetória de Bellini no Vasco da Gama pode ser considerada cinematográfica. Ali, o Capitão permaneceu por dez anos, conquistando três títulos cariocas, em 1952, 1956 e 1958, formando na equipe apelidada de "Expresso da Vitória", pelo alto número de conquistas na década de 40, principalmente.
O jovem Hideraldo chegou confuso a então Capital Federal. Sem saber quanto os dirigentes vascaínos haviam pagado pelo seu passe, assustou-se ao verificar o primeiro salário recebido, um valor extremamente superior ao que ganhava no Sãojoanense.
Sem um currículo recheado, a primeira temporada acabou servindo de teste para o jovem zagueiro. Flávio Costa e Oto Glória, técnicos da equipe em 1951, o deixaram na equipe de aspirantes naquela temporada para adquirir mais experiência e até obterem uma melhor avaliação do desconhecido atleta. Aprovado, Bellini passou a integrar o elenco principal vascaíno em sua segunda temporada no Rio de Janeiro.
No ano em que o "Expresso da Vitória" conquistaria o seu último título com a formação quase sem mudanças, Bellini brigou pela posição de quarto-zagueiro com Haroldo, outro estreante na Colina. Oto Glória achava que o interiorano rapaz jogava melhor naquela posição e por isso o futuro capitão agüentou firme a reserva, em boa parte da vitoriosa campanha.
Apenas com a chegada de Gentil Cardoso, no final de agosto, Bellini foi garantindo o seu espaço em São Januário. Deixou Haroldo no banco em algumas partidas, mas logo o novo treinador comprovaria que o capitão atuava melhor como zagueiro central, tornando inútil a briga de posição com o outro novato.
Cardoso não teve tempo de colocar em prática o seu esquema, pois após o título de 1952, acabou devolvendo o lugar a Flávio Costa. Agora mais familiarizado com o futebol de Bellini, Costa elogiou a evolução do rapaz de Itapira, dando-lhe o posto de titular em 1953, que ocuparia por mais nove temporadas, até o bi-mundial no Chile, em 1962.
Vestindo a camisa 3 vascaína, Bellini virou ídolo da torcida pela seriedade que exibia em campo. Mesmo sem contar com grande qualidade técnica, esbanjava disposição física, garra e dava segurança ao restante do elenco, o que arrancava suspiros do técnico Flávio Costa. Diante de tantos atributos, não lhe restou alternativa a não ser entregar ao zagueiro a tarja de capitão.
Com a saída de Flávio Costa para a seleção brasileira, em 1956, restou a Bellini o fardo de conduzir o Vasco à retomada de títulos do "Expresso da Vitória". Ao lado de Orlando, formando aquela que muitos consideravam a melhor zaga do futebol brasileiro, o líder do elenco exigia seriedade de seus comandados, sendo o porta-voz de Martim Francisco dentro das quatro linhas. O resultado não poderia ser outro: a conquista do Campeonato carioca daquela temporada.
Como principal combustível do título, Bellini foi premiado com o reconhecimento de seu antigo treinador, que o convocou pela primeira vez para a seleção brasileira em 1957, nas Eliminatórias para a Copa da Suécia, mas precisamente no dia 13 de abril, no empate em 1 a 1 com o Peru, em Lima.
Ainda em 58, acabou faturando o Carioca, repetindo o gesto realizado na Suécia, erguendo pela primeira vez uma taça aqui no Brasil. Sempre ao lado de Orlando, seu fiel companheiro de defesa por longas seis temporadas, faturou também o Torneio Rio-São Paulo, comprovando a superioridade cruzmaltina.
A trajetória de Bellini em São Januário foi brilhante, mas ainda era pouco para o campeão mundial. Apesar de perder espaço na seleção brasileira com a saída de Vicente Feola, ainda era gabaritado no mercado. Foi ao Chile como reserva do amigo Mauro Ramos, que acabou repetindo o seu célebre gesto, homenageando-o.
A amizade entre os dois e o desgaste natural do Capitão no Rio de Janeiro culminaram em uma negociação badalada na época. Mesmo com o Morumbi em construção, o São Paulo arranjou verba para formar sua zaga com os dois capitães campeões e trouxe, após a Copa, Bellini para a Terra da Garoa.

Gazeta Esporiva. net
Bellini nasceu em Itapira (SP) no dia 21 de Junho de 1930
Clubes: Esportiva Sãojoanense (SP ): 1950
Vasco da Gama(RJ): 951 a 1962
São Paulo (SP ): 1962 a 1967
Atlético (PR): 1968 a 1969
Títulos:
Campeão mundial :1958 e 1962 pela Seleção Brasileira
Campeão carioca :1952, 1956, 1958 pelo Vasco da Gama
Torneio Rio/ Paulo: 1958 pelo Vasco da Gama
Jogos pela Seleção: 57 (7 não oficiais)
Copas do Mundo:1958, 1962, 1966










Ademir Menezes


1942




Um artilheiro no meu coração

Se o futebol me quisesse dar um presente, bastava que me desse um domingo inteirinho só de gols de Ademir Menezes. O estádio embandeirado, a multidão ali, em peso, todo mundo cantando e pulando pela gloria do artilheiro inesquecível do Vasco da Gama.
Nesta tarde de lembranças, quero rever, sobretudo, certos gols que ele fazia contra o meu time e que eu, doido de paixão, jurava que eram feitos pessoalmente contra mim. Quantas vezes amaldicoei os "rushes" de Ademir! Ele arrancava do meio campo, temível, e, como um raio, entrava pela grande área, fulminante. O desfecho da jogada era sempre o mesmo: uma bola no fundo da rede, um goleiro desvalido e o meu coração magoado.
Era assim que terminavam os meus domingos em tarde de Ademir.

Até então, eu não tinha vivido bastante para perceber que Ademir era um belo artista e que o gol, longe de ser um infortunio, é apenas uma graça que o futebol oferece para fazer festa no coração dos homens.
Hoje - coisas do tempo - que o futebol na minha vida é mais saudade que esperança, mestre Ademir costuma aparecer no telão das minhas insônias mais artilheiro do que nunca. E com que alegria revejo, agora, aqueles gols arrebatadores que ele fazia com a veemencia de um predestinado! Gols que ontem sangravam e que hoje só enternecem o meu coração.
Ademir guardava em campo o rigor de um espartano e a retidão de um cavalheiro. Nunca perdeu a esportiva. Se alguém lhe dava um pontapé, ele dava, de volta, a outra face: jogava como um cristão. O futebol era a sua religião. Ademir era alto, fino de corpo, tinha as pernas alinhadas e do rosto, que parecia feito a mão, sobrava-lhe um pedaço de queixo. Daí vem o apelido de "Queixada", como ternamente o tratam até hoje os seus amigos.
Fecho os meus olhos saudosos para reencontrar Ademir Marques de Menezes, herói dos estádios nos anos românticos do nosso futebol.

É dia de clássico. O estádio está em pé de guerra. Ademir recebe a bola no meio do campo e dispara. Na crista do corpo que corre, em aceleração vertiginosa, a lamina do queixo vai cortando, certeira, o campo minado, o caminho do gol: é gol! Ele não para de correr e atravessa a linha de fundo, épico, com os braços abertos ao delirio da multidão.
Se eu soubesse que um dia o futebol dele ia se acabar, eu teria pedido a Deus que me emprestasse um par de olhos cruz-de-malta sá para que eu pudesse ver, a luz do amor, todos os gols que Ademir fazia contra mim.

Armando Nogueira


Na decisão do Campeonato Carioca de 1950, a torcida do Vasco praticamente lotava a arquibancada do Maracanã. Ao final do jogo contra o America, ela comecou a cantar, com uma letra inventada na hora, o grande sucesso do Carnaval daquele ano: "Oi zum-zum-zum zum-zum-zum-zum/Vasco dois a um/Ademir pegou a bola/e desapareceu/de um chute tao forte que Osni não defendeu". Era, na opinião de Ademir Marques Menezes, a maior homenagem que recebera em toda a sua vida de jogador.
Vida que comecou nas peladas com bola de meia na praia do Pina, no Recife, onde nasceu a 8 de novembro de 1922, na Vila de Bico do Mocotolombó, filho do casal pernambucano Antônio Rodrigues Menezes e D. Otilia Menezes. O pai era vendedor de automóveis e diretor de remo do Sport Club do Recife, onde Ademir iniciou a carreira no infanto-juvenil. Em 1941, Ademir tornava-se tricampeão pernambucano pelo Sport. No ano seguinte, quando a Seleção Pernambucana estava no Rio de Janeiro - e com ela nove dos onze titulares do Sport -, o presidente do clube resolveu mandar mais alguns jogadores do Recife e dar início a uma excursão. Essa excursão do Sport ficou na história do futebol pernambucano. O Sport, jogando no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Sao Paulo, Curitiba, Porto Alegre e novamente Rio, perdeu quatro jogos, empatou dois e, pasmem, ganhou dez. Marcou 46 gols, sofreu 29.

O namoro entre o Vasco e Ademir começou no dia primeiro de marco de 1942, quando o Sport, de volta do Sul, jogava outra vez no Rio de Janeiro, contra o Vasco. O Vasco tinha começado bem, vencia por 3 a 0, gols de Villadoniga(2) e Nino. Mas nao contava com os "rushes" de um rapaz magro, cabelo repartido do lado e puxado para tras.
Foi assim, lancado em alta velocidade, que Ademir, aos 30 minutos do primeiro tempo, marcou o gol do Sport. Mal comecava o segundo tempo, com 2 minutos, Valfredo diminuia. Aí se desenhou aquela avassaladora vocação para o gol. Em pouco mais de um minuto - aos 6 e aos 7 - Ademir, em duas jogadas sensacionais, conseguiu virar o jogo. Aos 18, Nino voltou a empatar. Mas, em outra jogada de Ademir, Pirombá, aos 27, marcou o gol da espetacular vitória do Sport por 5 a 4.
Depois do jogo, diretores do Vasco procuraram o velho "coronel" Menezes, pai de Ademir. Iniciavam-se as negociações para a compra do seu passe. Ademir foi o primeiro profissinal a exigir luvas - 40 contos. Mas seu passe custou apenas 800 mil-reis.

O Vasco já havia comprado os passes dos Três Patetas - o trio atacante do Madureira, formado por Lelé, Isaias e Jair da Rosa Pinto, o Jajá de Barra Mansa. Com a compra de Ademir e Djalma, também do Sport, o Vasco ia superar mais uma de suas muitas crises. E montava, ao mesmo tempo, o supertime que passou a história como o "Expresso da Vitoria".
Em 1945, ano que marca a partida do fabuloso Expresso, Ademir era o titular do Vasco e de todas as seleções cariocas ou brasileiras que se formaram a partir daí. A linha do Vasco em 1945 era algo de espantar: Djalma, Lelé, Ademir, Jair e Chico.

Em 1946, numa de suas mais celebres tiradas, Gentil Cardoso, técnico contratado do Fluminense, disse:
- Me dêem o Ademir, e eu lhes darei o campeonato.
Gracas a Ademir, o Queixada, Gentil cumpriu a palavra.
Ademir recorda o seu primeiro jogo, contra o Vasco. Além de uma vaia arrasadora, a social vascaina comecou a gritar: "Papai, papai". Era a alusão ao velho coronel Menezes, encarregado de supervisionar os contratos do filho.
Logo no início do jogo, Ademir recebeu o lançamento de outro pernambucano, Orlando Pingo-de-Ouro, e iniciou o rush, para bater inteiramente a defesa do Vasco. Cara a cara com Barbosa, em vez de chutar como era seu costume, driblou o goleiro e entrou no gol com bola e tudo. Com esta (1 a 0) e outras vitórias, o Fluminense acabou sendo o campeão de 1946. Ademir tembém marcou o gol único da decisão contra o Botafogo.
Mas essa passagem pelo tricolor - nada mais que momentaneo abandono do reduto de São Januario - não deu para marcar. O que marcou, inclusive no retorno glorioso, foi a carreira no Vasco. Somavam-se os títulos. Em 1945, fora campeão invicto e vencedor dos torneios Ínicio e Municipal. Em 1948, campeão dos campeoes sul-americanos, vencedor do Ínicio e do Municipal. Em 1949, campeão carioca invicto, campeao sul-americano, artilheiro do Brasil. Em 1950, vice-campeão do mundo, artilheiro da Copa, campeão(bi) carioca. Foi o artilheiro dos campeonatos cariocas de 49 e 50, com 30 e 25 gols, respectivamente. Em 1952, campeão carioca e campeão pan-americano. Ademir marcou mais de 400 gols em 552 jogos.
A popularidade de Ademir era tão grande que, no Brasil inteiro, crianças comecaram a receber seu nome.

No final de 1955, Ademir sentiu que devia parar. Queria retirar-se ainda como ídolo - mas os diretores do Vasco não concordaram. Foi então para o Sport, onde iniciara a carreira. E reverteu ao amadorismo, jogando algumas partidas em 1956. Seu último jogo foi contra o Bahia - o Sport perdeu de 2 a 0.
Penduradas as chuteiras, tentou ser técnico de futebol no Vasco. Não deu certo. O clube pensava mais em política do que em bola.
Passou então a escrever crônicas na imprensa carioca, a comentar jogos pelo rádio. Além de jornalista-radialista, Ademir Marques Menezes foi funcionário do Instituto Brasileiro do Café.

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