sábado, 28 de junho de 2008

Flávio Costa


Flávio Rodrigues Costa nasceu na cidade mineira de Carangola no dia 14 de setembro de 1906. Foi uma das figuras mais importantes do futebol brasileiro, principalmente, nos anos 40 e 50. Foi modesto jogador do Flamengo. Teve uma carreira curta de sem brilho. Centro médio de poucos recursos técnicos, fazia da força o seu argumento para combater o adversário. De temperamento forte, uma das suas marcas registradas, acabou ganhando o apelido de “Alicate” porque usava as pernas para apertar os adversário em terríveis carrinhos.

Mas, foi como treinador que ele ganhou destaque no cenário esportivo. Na sua época era um verdadeiro Rei, um técnico acima do bem e do mal. Logo cedo, atendeu a um pedido da diretoria do Flamengo e ficou como auxiliar do técnico do húngaro Dori Kurschner. Quando assumiu a direção técnica do clube da Gávea, passou a ser um grande líder e um disciplinador ferrenho. Tornou-se um grande estrategista, colocando-se no topo dos treinadores do Brasil ao fim da primeira metade do Século XX.

Foi o treinador que mais tempo dirigiu o Flamengo, em várias oportunidades. Foi ele quem aprovou a contratação de Zizinho, depois de colocá-lo em campo com uma missão quase impossível – “Você aí, de Niterói ? Tem 10 minutos para mostrar que pode jogar no Flamengo”. E Zizinho mostrou, entrando no lugar do famoso Leonidas da Silva. Flávio também marcou época no Vasco da Gama, onde por diversas vezes foi campeão. Também trabalhou no exterior onde dirigiu clubes portugueses. Foi técnico da seleção brasileira por mais de uma década. Conquistou o titulo sul americano de 1949, mas acabou marcado por ser o treinador que perdeu a Copa do Mundo de 1950.

Trabalhou como técnico até a década de 60, quando decidiu se aposentar, por entender que o futebol já não tinha mais lugar para um homem do seu temperamento, que jamais admitiu que um jogador discutisse uma ordem sua ou praticasse um ato de rebeldia sem ser severamente punido. Teve o célebre desentendimento com Gerson, o canhotinha de ouro, que acabou se transferindo para o Botafogo em 1963, ano em que Flavio conduziu o Flamengo ao titulo de campeão carioca, depois de relegar dois outros grandes ídolos do clube – Dida e Henrique – a suplência, numa de suas muitas decisões polêmicas e corajosas.

Depois disso, Flavio ainda trabalhou no Flamengo como supervisor, mais como ele mesmo dizia já não tinha paciência para ser “bábá” de jogadores. Foi campeão pelo Flamengo nos anos de 1942/43/44 e 1963. Campeão pelo Vasco em 1947, 1949, 1950, 1952 e um titulo sul-americano de clube em 1948. Também foi campeão brasileiro pelos cariocas em várias oportunidades. Flávio Costa morreu aos 92 anos, no dia 22 de novembro de 1999. Seus últimos dias foram vividos no Flamengo, como membro ilustre de um grupo de sócios denominados “Boca Maldita”.

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