quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Campeão Carioca 1970



Este dia 17 de setembro marca o 38º aniversário de um dos títulos mais importantes da história vascaína. Foi nesta data, em 1970, que o Vasco derrotou o Botafogo por 2 a 1 no Maracanã e se sagrou campeão carioca, acabando com um jejum de 12 anos (na verdade, 11 anos e 8 meses) que permanece até hoje como o maior do clube na história da competição.

Antes de 1970, a última temporada verdadeiramente gloriosa do Vasco havia sido a de 1958. Foi o ano do Super-supercampeonato Carioca (que ganhou este nome porque necessitou de dois triangulares de desempate entre Vasco, Flamengo e Botafogo), do primeiro título do Torneio Rio-São Paulo (após uma goleada por 5 a 1 sobre a Portuguesa) e dos três vascaínos entre os titulares da Seleção Brasileira que ganhou a Copa do Mundo da Suécia (Bellini, Orlando e Vavá).


A partir daí, porém, o time entrou numa fase de vacas magras. Os únicos títulos vascaínos na década de 60 foram obtidos em torneios amistosos no Brasil (Cidade de Belém, Cinqüentenário da Federação Pernambucana, IV Centenário) e no exterior (Torneio de Santiago e Pentagonal do México). As exceções foram a I Taça Guanabara (1965) e o Torneio Rio-São Paulo (1966), sendo que neste último o Vasco dividiu o título com Corinthians, Santos e Botafogo devido à falta de datas para decidir o torneio. Paralelamente à escassez de títulos, o Vasco vivia uma fase de instabilidade política que se refletia no comando técnico (foram 22 treinadores em dez anos) e, obviamente, dentro de campo. Como resultado, os vascaínos tiveram que agüentar quatro títulos cariocas do Botafogo (1961, 1962, 1967, 1968), três do Fluminense (1959, 1964, 1969), dois do Flamengo (1963, 1965), um do América (1960) e um do Bangu (1966).

Apenas duas vezes em 11 anos (em 1961 e 1968) o Vasco conseguiu ser vice-campeão; nas outras nove, alcançou no máximo a quarta colocação. Nada poderia fazer supor que a temporada de 1970 seria diferente. Afinal, quando o Campeonato Carioca começou, cada um dos três grandes rivais contava com um jogador titular da Seleção Brasileira que, uma semana antes, se sagrara tricampeã do mundo na Copa do México: o Flamengo tinha o zagueiro ex-vascaíno Brito; o Fluminense, o goleiro Félix; o Botafogo, o "Furacão da Copa", Jairzinho, além do técnico Zagallo. E o Vasco, tinha quem? Bem, o Vasco tinha o treinador Elba de Pádua Lima, o Tim. Um grande estrategista que conseguiu levar um time sem grandes estrelas (os destaques eram o goleiro argentino Andrada e o atacante Silva, o "Batuta") à penúltima rodada do campeonato em condições de conquistar antecipadamente o título caso vencesse o Botafogo. Se perdesse, faria uma verdadeira decisão na última rodada contra o Fluminense - então o único com chances matemáticas de dar à taça um destino diferente de São Januário. Mas o campeonato acabou sendo decidido mesmo na noite daquela quinta-feira, 17 de setembro. Quase 60 mil torcedores compareceram ao Maracanã, sendo a maioria formada por cruzmaltinos que não se deixaram intimidar nem pela chuva, que castigou a cidade nas 72 horas que antecederam o jogo, nem pela ausência do contundido Andrada, que cedeu lugar ao estreante Élcio.

Depois de um início nervoso, o Vasco foi aos poucos dominando o jogo e abriu o placar aos 32 minutos, com um gol de falta de Gilson Nunes. Alguns torcedores mais afoitos quiseram começar a gritar "campeão", mas Dona Dulce Rosalina não deixou: "Ainda é cedo. Agora não", pedia a torcedora-símbolo. Veio o segundo tempo e o Vasco fez 2 a 0 aos 19 minutos, com Valfrido, num chute que resvalou no zagueiro Moisés e enganou completamente o goleiro Ubirajara. O Botafogo só descontou a seis minutos do fim (Ferretti, de cabeça), quando os gritos de "campeão" já tomavam conta do estádio. Ao fim do jogo, em meio à festa, um humilde Tim declarou: "Ninguém é dono do título. Ele pertence a todos", enquanto o massagista Santana acendia 22 velas no centro do campo para agradecer aos céus pelo título há tanto tempo esperado. Por causa desta conquista histórica obtida justamente num ano tão especial para o futebol brasileiro, o Vasco ficou conhecido durante vários anos como o "Campeão no ano do Tri".


Turno
28.06.1970 Bonsucesso 2-1 Chiquinho(contra), Silva
04.07.1970 Madureira 2-1 Valfrido, Silva
08.07.1970 Bangu 4-2 Valfrido, Jaílson, Buglê, Luís Carlos
11.07.1970 Campo Grande 0-0
19.07.1970 Fluminense 1-1 Buglê
22.07.1970 São Cristóvão 1-0 Silva
26.07.1970 Botafogo 0-0
01.08.1970 Olaria 1-0 Alcir
06.08.1970 América 1-3 Silva
09.08.1970 Flamengo 1-0 Silva (JPEG, 18k)
15.08.1970 Portuguesa 2-0 Buglê(2)
Returno
22.08.1970 Olaria 3-1 Fidélis, Gilson Nunes, Valfrido
30.08.1970 Flamengo 1-0 Valfrido
06.09.1970 Madureira 2-0 Silva, Alcir
10.09.1970 Campo Grande 4-0 Silva, Valfrido, Luís Carlos, Ademir
13.09.1970 América 3-2 Silva, Gilson Nunes, Silva
17.09.1970 Botafogo 2-1 Gilson Nunes (RA, 115k), Valfrido (JPEG, 23k) (RA, 137k)
20.09.1970 Fluminense 0-2


Resumo: 13 V, 3 E, 2 D; 30 GP, 14 GC
Artilheiro: Silva, 9

4 comentários:

Unknown disse...

Good good good......

MARQUES disse...

ESTIVE EM QUASE TODOS OS JOGOS, JUNTO COM O MEU PAI, SINTO MUITAS SAUDADES.

Unknown disse...

Olá torcida vascaina, gostaria de informar que sou proprietário de um dico de vinil (LP) que foi produzido para homenagear a conquista do campeonato de 1970 pelo Vasco da Gama, uma reliquia que ficaria muito bem na coleção de qualquer torcedor apaixonado pelo seu time. Estou fazendo um leilão com esta rara lembrança e o primeiro lance ja foi dado por um colecionador, espero que esta jóia fique nas mãos de alguém que realmente mereça te-la, se houver interese meu msn é naldinhobeiramar@hotmail.com

Unknown disse...

Fui jogador do Madureira de 1970 , com muito prazer consegui ter boas recordações . Grande abraço