sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Paulinho Jaú


De pé: Gilberto, Marcelo, Brasília, Gaúcho, Zé Luiz e Baiano
Agachados: Nenen, Paulinho Jaú, Pastoril, Roberto Dinamite e Colatino

Crédito: http://www.diariodaregiao.com.br/

Nas categorias de base, Paulinho Jaú formou com Roberto Dinamite - maior artilheiro da história do Vasco - e Pastoril - ídolo no Goiás -,umtrio muito respeitado. A equipe vascaína ainda contava com o zagueiro Gaúcho, titular dos profissionais durante muitos anos, e o goleiro Mazaropi, que depois jogou no Grêmio e Corinthians.
A foto de 1971 mostra a base do time campeão carioca juvenil.

Todo bom time começa por um bom goleiro. Mas precisa também ter uma defesa compacta, um maestro, um “matador” - que geralmente é o ídolo da massa -, e um carregador de piano - aquele que não aparece muito para a torcida, mas executa uma função tática importante. Um grande carregador de piano foi o meio-campista Paulinho, revelado pelo Vasco e que no América virou Paulinho Jaú. Ocorre que ele veio do XV e chegou ao Rubro na mesma época do centroavante Paulinho Cascavel. Logo, a imprensa local passou a distingui-lo pela cidade do último clube onde havia atuado. Paulinho se orgulha de ter “explodido” para o futebol junto com Roberto Dinamite, maior ídolo e artilheiro da história do Vasco, com 744 gols em 1.201 jogos, sendo 698 gols com a camisa cruzmaltina, em 1.110 partidas. Os dois chegaram praticamente juntos, em 1968, para as categorias de base do Vasco. A única diferença é que Paulinho saiu de Guará, na região de Ribeirão Preto, e Roberto era de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. “Tínhamos uma convivência muito boa e uma amizade sadia”, diz Paulinho.

Paulinho morava no alojamento do clube e Dinamite viajava diariamente para sua cidade. “O Roberto chegou a ir na minha casa, em Guará”, informa o ex-meia, que ficou cinco anos na equipe de São Januário. “Depois que saí de lá, nos falamos no casamento do Gaúcho (ex-zagueiro) e mais umas duas vezes por telefone.” O último contato já faz mais de 10 anos, porém o “carregador de piano” não esquece aquela época dourada. “Éramos uma família.” Paulinho foi levado ao Vasco por Ferreira, lateral-direito do Comercial, de Ribeirão Preto, que havia sido negociado com o clube carioca e o viu em ação num jogo festivo de final de ano em Guará. O coordenador das categorias de base do Vasco era Ademir de Menezes, o “Queixada”, vice-campeão mundial da Copa de 1950 com a Seleção Brasileira. Em princípio, “Queixada” relutou em manter um garoto do interior de São Paulo no alojamento, mas se encantou com o talento do “caipira” logo no primeiro coletivo. Passou a morar no alojamento de São Januário e a estudar no colégio Pio Americano, em São Cristóvão.

Foi campeão carioca juvenil (sub-20) de 1971 e acabou convocado para defender a Seleção Brasileira da categoria no Torneio de Cannes, na França. Atuou com Nielsen, Abel Braga, Jorginho Carvoeiro e outros. Na primeira fase, o Brasil fez 2 a 0 no Chelsea e ganhou de 1 a 0 da Hungria. Na final bateu a França (2 a 0). Na volta ao Brasil começou a integrar o elenco de profissionais do Vasco e estreou na derrota de 1 a 0 para o Botafogo, de Gerson, Jairzinho, Paulo César Caju, Carlos Alberto Torres e outras feras, pelo Estadual de 1971, no Maracanã. Jogou mais quatro vezes pela equipe principal até ser emprestado à Ponte Preta, em 1974, onde disputou o Paulistão com Carlos, Oscar, Tuta e outros. Terminado o empréstimo com a Ponte, ele se recusou a voltar para o Vasco. “Por falta de orientação e de experiência, me precipitei e decidi parar de jogar.” Passou a disputar torneios amadores regionais pela Associação Atlética Guaraense, de Guará, até ser redescoberto pelo técnico Cilinho, no final de 1977.

Cilinho treinava o XV de Jaú, que havia conquistado o acesso para o Paulistão, e garimpava jogadores para formar a equipe. Foi ver o meia João Carlos, da Guaraense, numa partida amistosa contra a Guairense, mas se rendeu à habilidade de Paulinho. Depois de três anos, recomeçou a carreira profissional no XV de Jaú, em 1978. Estreou no empate de 1 a 1 com o América, num amistoso disputado em Jaú. Em 1980, Paulinho estava para ser negociado com o São Paulo. “A transação estava adiantada e até hoje não sei porque não deu certo.” Então, permaneceu mais um ano no Galo da Comarca até ser contratado pelo América. Chegou a Rio Preto no dia 6 de janeiro de 1981. Assinou contrato, começou a treinar e cinco dias depois estreou, na derrota de 2 a 1 para o Palmeiras, no Parque Antártica, pela Taça de Prata do Campeonato Brasileiro.

Parada precoce e dono de bar

Paulinho Jaú ficou no América até dezembro de 1983, quando decidiu pendurar a chuteira prematuramente, aos 30 anos de idade, para investir na carreira da mulher, Angélica, que havia se formado em odontologia. Montaram um consultório e levavam uma vida tranqüila ao lado da filha Gabriela, que hoje está com 26 anos. Aguardavam o nascimento do segundo filho, porém, Angélica teve complicações no sexto mês de gravidez. Os médicos tentaram, mas não conseguiram salvá-la. Mesmo abatido pela morte da mulher, Paulinho juntou forças para seguir sua vida. A partir de 1984 passou a investir no comércio. Montou uma mercearia na Vila Imperial. Depois, começou a criar porcos e galinhas na chácara dos pais José Francisco e Maria Alice, na estância Jockey Club, em Rio Preto. Os negócios não iam tão bem quanto se esperava.

Por isso, Paulinho resolveu comprar um bar na esquina das avenidas Potirendaba e Arthur Nonato, no bairro São Joaquim, onde está há 15 anos. Nascido em Guará, no dia 5 de novembro de 1953, Paulo César Cardoso de Alcântara casou-se novamente, em 1987, com Meire. Eles moram no bairro Cidade Nova, em Rio Preto, e a curtição é o filho Silas, de 11 anos. “Ainda bem que ele gosta mais de estudar do que jogar bola”, brinca Paulinho. Betão, irmão de Paulinho, também foi um bom meio-campista, que jogou na Ferroviária, Votuporanguense, Taquaritinga e outros times.

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