Jogando no Canto do Rio, o médio-direito Eli mostrou um futebol que despertou o interesse do Vasco da Gama. Em São Januário, brilhou por longos anos e inesquecíveis anos. Jogador valente, vigoroso, disciplinado, exemplo de atleta. Um líder com a camisa do Vasco e da seleção brasileira nos anos 40 e 50.
Conhecido como o Xerife, foi campeão carioca várias vezes, brasileiro e sul americano com a camisa cruzmaltina. Pela seleção brasileira conquistou o pan-americano em 1952 e disputou a Copa do Mundo de 1950 e 54.
Encerrou sua vitoriosa carreira no Sport do Recif,e em 1955, onde protagonizou uma das passagens memoráveis do nosso futebol ao conquistar seu último título, o de campeão pernambucano pelo Leão da Ilha.
Na partida final contra o Náutico, Eli recebeu uma cotovelada do ponteiro Ivanildo que abriu a sua testa, fazendo jorrar sangue pra todo lado. Enquanto Eli era atendido, Ivanildo fez o segundo gol timbú, desempatando o jogo que estava um a um.
Eli voltou ao campo - com a camisa ensangüentada e a cabeça enfaixada para conter o sangue – e comandou a reação do seu time. Portando-se como um verdadeiro leão, Eli impedia todas as investidas do adversário por cima ou por baixo. Nas bolas altas metia a cabeça empapando a faixa branca do rubro sangue do seu time.
O empate não demorou a acontecer e um lançamento perfeito de Eli para o centroavante Naninho levou o Sport à vitória por 3x2.
Virou lenda em Pernambuco.
Depois, como treinador, mostrou seu lado mais afável. Tratava os jogadores como filhos. Era um gentleman a desfilar cortesia nos bastidores da bola.
O Vasco abriu suas portas novamente para Eli, que foi funcionário do clube por longos anos exercendo varias funções: de técnico, auxiliar-técnico e preparador de goleiros inclusive.
Sempre foi o homem de confiança dos treinadores que passaram pelo Vasco, entre eles o elegante e finíssimo Zezé Moreira. Formavam uma dupla de homens inteligentes, atenciosos e de indiscutível competência. Juntos conquistaram o Torneio IV Centenário do Rio de Janeiro e a Taça Guanabara em 1965 e o Torneio Rio - São Paulo em 1966. Este último, dividido com mais três equipes. Por falta de datas no calendário, a CBD (antiga CBF) proclamou campeões os times do Corinthians, Botafogo, Santos e Vasco.
Até o final dos anos 60, o cargo de treinador de goleiros nos clubes brasileiros era preenchido por um ex-profissional de futebol. E esta função também era acumulada pelo Eli, que pelos anos de prática, sabia chutar muito bem, condição básica para preparar goleiros na época. Estes treinamentos consistiam em exaustivas seqüências de chutes de longa e curta distância, cruzamentos e cobranças de faltas até o goleiro cair “morto”. Cair morto, segundo os entendidos da época, determinava que o goleiro tinha treinado muito bem. Levar à exaustão era sinônimo de boa preparação. No encerramento dos trabalhos, Eli alinhava várias bolas em cima do travessão do gol de entrada dos vestiários de São Januário - as traves eram quadradas na época. Depois, deslocava-as com chutes certeiros de fora da área. Muitos tentavam a proeza e raramente conseguiam e, quando apostavam, perdiam.
Graças a Eli subi rapidamente à condição de titular do Vasco em 1966 e, em 1969, tive a oportunidade de ser dirigido por ele no Sport do Recife, quando fui cedido ao time da Ilha do Retiro por empréstimo.
(Eli do Amparo nasceu em Paracambi-RJ, em 14/05/1921 . Faleceu em 09/03/1991 Copas: 1950. Jogos pela seleção: 19 (3 não-oficiais). Clubes: Canto do Rio, Vasco, Lusa e Sport. Títulos: Campeão carioca em 1945, 47, 49, 50 e 52 e Sul-Americano em 49, pelo Vasco; pernambucano em 55, pelo Sport; da Copa América em 49, pela seleção brasileira).
Fonte: http://valdirappel.blogspot.com/2008_07_06_archive.html
2 comentários:
Saudades do Eli do Amparo e de sua família.
Era um homem muito educado e atencioso com todos os seus fãs.
Eu era menina, estudava com a filha dele a Kátia, uma menina muito gentil e bonita, e quando ia até o seu ap na Praça do Carmo,quando êle estava em casa, eu o questionava sempre sobre o nosso querido Time Vasco da Gama, de quem era técnico naquela época. E êle me dava toda ateñçaõ possível.
Eu também tenho saudades de Eli do Amparo.Homem íntegro, humilde e sempre atencioso.
Nos éramos adolescentes e eu éra amiga de Sueli, Sandra e Kátia, moravamos no edifício Mello e a sua influencia me fez tornar Vascaína com muito orgulho, contra a vontade de todos. rsrsrsrs.
Ele éra um exemplo de atenção, paternidade e cavalheirismo, eternas saudades.
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