segunda-feira, 30 de março de 2009

Vasco 2x0 Botafogo (Taça Guanabara 1965)

Capitão Brito ergue a Taça Guanabara de 1965.
Crédito: http://www.crvascodagama.com/

O dia em que Mané virou João
O Vasco, que desde 1958 não chegava a uma final, estava pronto para decidir a I Taça Guanabara com o Botafogo. O campeão da taça seria o representante estadual em outra importante competição: a Taça Brasil. A expectativa era enorme e o Botafogo era apontado como o favorito absoluto, pois na partida do turno vencera o Vasco com facilidade: 3x0.

Mané Garrincha, como não poderia deixar de ser, era a grande atração do jogo e um dos principais responsáveis pela presença dos 115.064 torcedores pagantes no Maracanã, no domingo de 5 de setembro de 1965. A renda de Cr$72.927,38 foi recorde absoluto naquele ano, no Rio. Mas infelizmente - para os torcedores do Botafogo - Garrincha não conseguiu repetir a espetacular atuação que tivera na partida do turno, quando deu um verdadeiro "baile" no seu marcador, o lateral-esquerdo Oldair. Para surpresa geral, ou pelo menos dos que não acompanharam os treinos do Vasco naquela semana, os papéis inverteram-se, tendo Oldair passado de "João" a herói máximo da partida: além de ter anulado completamente a Mané e, por extensão, a todo o ataque alvinegro, ainda marcou o primeiro gol de seu time.

Dirigido por Zezé Moreira, o Vasco fez contra o Botafogo o que se pode chamar de uma exibição de gala, impondo-se do inicio ao fim, chegando inclusive a aplicar o famoso olé em cima dos jogadores alvinegros.

O time vascaíno dominou amplamente o seu adversário. Garrincha não conseguia passar uma só vez por Oldair, que o marcava em cima e o desarmava, limpamente, com carrinhos na bola, toda vez que Mané a recebia. Apesar do domínio, o Vasco só conseguiu marcar o primeiro gol aos 40 minutos do primeiro tempo. Oldair recebeu de Zezinho, avançou e, da esquerda da meia-lua da grande área, arrematou. A bola quicou na frente de Manga, que pulou adiantado, e cobriu-o de forma inapelável.

Voltando com a mesma disposição para o segundo tempo, o Vasco decidiu o jogo logo no início. Aos 5 minutos, Mário penetrou pela ponta-esquerda, em jogada individual, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro. Manga saltou mas não conseguiu cortar o cruzamento e Paulistinha, que vinha na corrida, afobou-se e colocou a bola dentro do seu próprio gol.

Daí para frente o time de Zezé Moreira limitou-se a tocar a bola e explorar os contra-ataques e ainda foi beneficiado com as expulsões de Paulistinha e Roberto, ambas por agressão sem bola ao adversário. No finalzinho houve então o olé, que foi comemorado e cantado em coro pela torcida vascaína nas arquibancadas. O capitão Brito levantou a taça para delírio da galera, que na saída do estádio ainda gritava o tradicional "1, 2, 3, Botafogo é freguês", e um novo refrão, "Garrincha foi João, e o Vasco é campeão".

O Vasco sagrou-se campeão com Gainete; Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho, Célio, Mário e Zezinho. O Botafogo perdeu com Manga; Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Airton e Gerson; Garrincha, Sicupira, Jairzinho e Roberto. O jogo foi dirigido por Frederico Lopes, com Eunápio de Queiroz e Claudio Magalhães nas bandeirinhas.
O Vasco obteve seis vitórias, um empate e apenas uma derrota, e teve ainda o artilheiro da I Taça Guanabara: Célio, com seis gols.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Geovani: o precoce “Pequeno Príncipe”

No início dos anos 80, o Brasil conheceu um menino que fez os saudosistas de então vibrarem com a possibilidade de verem nos campos brasileiros uma nova versão de Didi ou Gérson desfilando sua arte e comandando o meio-campo da seleção nos anos vindouros. Se o nosso futebol tinha meias-armadores de qualidade e mais experientes como Pita, Zenon, Delei e Adílio, nenhum deles apresentava tamanha visão de jogo e precisão nos lançamentos quanto Geovani Faria da Silva, que ainda não havia completado 20 anos.

O início meteórico no Vasco
Em meados de 1982, diante da hegemonia do Flamengo de Zico, então campeão mundial, o Vasco foi a Vitória buscar no Desportiva um meia de 18 anos gordinho, meio “marrento”, mas muito talentoso, que era a grande revelação local e alvo de comparações com Diego Maradona.

Geovani estreou pelos profissionais do clube de São Januário em agosto, entrando no segundo tempo da derrota para o Bangu por 2 a 1, no primeiro turno. Na final da Taça GB - para variar, entre o Vasco de Roberto Dinamite e o Flamengo de Zico - já era titular e, audacioso, deu um lençol no camisa 10 da Gávea com um Maracanã lotado como sua platéia.

Mas na seqüência da competição estadual, Geovani acabou pagando por sua irregularidade – compreensível pela idade e rapidez com que tudo aconteceu no início da carreira – e perdeu a vaga de titular na fase decisiva do campeonato para Ernani. Do banco de reservas, assistiu ao time de Antonio Lopes surpreender o arquirrival e, com a vitória por 1 a 0, sagrar-se campeão carioca depois de quatro anos amargando vice-campeonatos.

No Mundial de Juniores, a confirmação de seu talento
No ano seguinte, a redenção veio com a conquista do Mundial de Juniores. Geovani foi eleito o craque da competição, marcando de pênalti o gol único da vitória na decisão contra a Argentina. Ele era o cérebro da equipe comandada por Jair Pereira. Protegido por Dunga na marcação, era de Geovani que saíam os lançamentos precisos para o veloz ataque formado por Mauricinho, Maurinho Rã (que colocou Bebeto no banco) e Paulinho, sempre apoiados por Gilmar “Popoca”.

De volta ao Vasco, viveu um longo período de oscilações. Geovani padecia tanto pela eterna briga com a balança quanto pela dificuldade na marcação, o que fazia com que treinadores como Edu Coimbra, Antonio Lopes e Joel Santana o colocassem no banco para jogadores medianos, mas disciplinados e em plena forma física, como Mário, Luis Carlos Martins e Gersinho.
1988: o melhor ano da carreira
Em 1987, as coisas começaram a melhorar, com Geovani sendo titular absoluto na conquista do Campeonato Carioca. No ano seguinte, mais maduro e determinado a disputar as Olimpíadas e, posteriormente, sua primeira Copa do Mundo, Geovani resolveu aprimorar o combate aos adversários e emagreceu. Seu futebol evoluiu demais e ele foi o craque da temporada no Brasil, levando o Vasco ao bicampeonato estadual e à melhor campanha do Brasileiro, que só terminaria no início de 1989 com o Bahia campeão, mas quatro pontos atrás do time de Geovani, eliminado nas quartas-de-final, mesmo com quatro partidas a mais.
Com a seleção olímpica que disputou os Jogos de Seul, foi um dos destaques e mostrou novamente ser “carrasco” dos argentinos ao marcar o gol da vitória por 2 a 1 sobre os “hermanos” nas quartas-de-final. Atuando mais solto, com Ademir e Andrade (ou Milton) à frente da zaga, Geovani era a chama criativa do meio-campo canarinho, alimentando o ataque formado por Edmar (depois Bebeto) e Romário. Pena que o meia tenha ficado de fora da final por suspensão e a mais empolgante campanha brasileira em Olimpíadas tenha terminado com a prata, na derrota por 2 a 1 para a então União Soviética.

Em seu ano mágico, Geovani fez com Romário uma parceria espetacular. O camisa 8 lançava e o Baixinho, voando com 22 anos, atropelava os zagueiros na velocidade e marcava gols em profusão. Outra característica marcante do meia era a precisão nas cobranças de pênalti. Geovani corria lentamente em linha reta na direção da bola com os olhos fixos no goleiro que, ansioso, se deslocava para um lado e permitia que ele apenas tocasse levemente no canto oposto.

Decepção em 1990 e o início da queda
No entanto, o objetivo final de todo aquele trabalho não foi alcançado. Problemas de adaptação ao futebol italiano no Bologna, que o contratou no segundo semestre de 1989, e a falta de adaptação ao 3-5-2 de Lazaroni afastaram o meia da Copa da Itália. Seu estilo dificultava o posicionamento, já que ele não era um jogador de correr pelos lados do campo nem tinha fôlego e combatividade suficientes para marcar os laterais adversários, exigência do treinador para os meias.

Depois de uma passagem obscura pela Alemanha no Karlsruher, Geovani voltou ao Vasco em 1991 e esteve presente nos títulos cariocas de 92 e 93. O meia só não foi tri estadual no ano do tetra brasileiro nos EUA porque aceitou a proposta do Tigres para jogar no futebol mexicano. Mas novamente não se adaptou e retornou ao Vasco. Com a carreira em curva descendente e sendo considerado um jogador ultrapassado, desta vez não teve sucesso no clube da Colina e se transferiu para o interior paulista, atuando por Jundiaí e Rio Branco de Americana. Mais tarde, voltou à sua terra natal para encerrar a carreira em 2002, aos 38, pelo Vilavelhense, depois de passar por Serra - no qual conquistou o Estadual de 1999, seu último título -, Desportiva e Linhares.

Vê-lo nos dias de hoje caminhando amparado por uma muleta e tentando voltar a andar normalmente após vencer a luta contra a polineuropatia, uma doença que afeta a coordenação motora e provoca a disfunção simultânea de nervos periféricos do corpo humano, além de emocionar pelo drama pessoal vivido pelo ex-atleta e a garra do hoje sub-secretário administrativo da Secretaria Estadual de Esportes do Espírito Santo, também é tocante para os que viram aquele menino cheio de talento surgir nos gramados e, em seus melhores momentos com a camisa 8 cruzmaltina ou verde e amarela, se transformar no “Pequeno Príncipe”, apelido que ganhou da torcida cruzmaltina, e encantar aqueles que amam o futebol jogado com beleza e toques de genialidade.

Ficha técnica
Nome completo: Geovani Faria da Silva
Data de nascimento: 06/04/1964
Local de nascimento: Vitória, Espírito Santos
Clubes que defendeu: Desportiva Capixaba, Vasco da Gama, Bologna, Karlsruher, Tigres, Jundiaí, Rio Branco, Linhares, Serra, Vilavelhense
Seleções de base que defendeu: Brasil Sub-20

Texto: André Rocha

terça-feira, 24 de março de 2009

Rei

Nome: José Fontana
Nascimento: 19/3/1912, Curitiba-PR
Falecimento: 3/4/1986, Curitiba-PR
Período: 1933 a 1936
Posição: Goleiro

O Vasco procurava um goleiro para preencher a lacuna deixada pela ida de Jaguare' para a Europa e foi buscar Rei no Coritiba. O paranaense assombrou desde o inicio e logo alcancou a selecao brasileira. No Vasco, conquistou os titulos cariocas de 1934 e 1936. O apelido de Rei lhe foi dado por sua maneira impecavel de vestir. Sempre com fama de gala~, Rei frequentava reunioes sociais no Rio e teve muitas namoradas, mas um dos seus casos mais famosos foi com a cantora Aracy de Almeida, com quem viveu durante quatro anos. Certa vez, quase foi agredido pelo artista norte-americano Tyrone Power, em virtude de ter cortejado sua namorada Annabella, no Cassino da Urca.

Andrada

Crédito: www.netvasco.com.br

Edgardo Norberto Andrada é considerado por muitos o melhor goleiro da história do Clube e certamente um dos estrangeiros que obtiveram maior sucesso envergando a camisa cruzmaltina. Andrada se destacou na carreira por fazer defesas fantásticas. Mas, certamente, a bola que ele mais quis agarrar foi a do pênalti cobrado por Pelé, em 19 de novembro de 1969, no gol à esquerda da Tribuna de Honra do Maracanã. Andrada ainda tocou na bola; porém, não conseguiu evitar o milésimo gol do Rei do Futebol. O gol acabou marcando a carreira dos dois jogadores.

Assim que a bola estufou as redes, jornalistas invadiram o gramado para entrevistar e comemorar com Pelé, enquanto Andrada socava o chão por não ter evitado que seu nome ficasse para sempre na história do futebol mundial. Apesar do estigma, deu muitas alegrias à torcida vascaína, tendo conquistado o título estadual de 1970 (após doze anos de jejum) e o primeiro título nacional de um clube carioca em 1974.

Sua identificação com o clube da Colina transcendeu as quatro linhas. Em 1998, quando o Vasco esteve em Buenos Aires disputando a semifinal da Taça Libertadores da América, contra o River Plate, Andrada passou importantes informações sobre o "inimigo" à comissão técnica vascaína. Algumas semanas atrás, em entrevista à Rádio Tupi, o ex-goleiro contou que há uma bandeira vascaína permanentemente hasteada em sua residência, em Buenos Aires.

Revelado pelo Rosário Central, Andrada começou sua vida esportiva jogando basquete (chegou a defender o San Lorenzo) e somente aos 19 anos despertou para o futebol. Não era muito alto e tinha um corpo franzino. Por conta disso, precisava estar sempre atento às bolas altas, nas quais corria o risco de ser trucidado pelos centroavantes grandalhões. Por baixo, no entanto, usava a agilidade e a força das pernas para obter uma elasticidade impressionante, o que lhe valia defesas, por vezes, inacreditáveis.

Ficha
Nome Completo: Edgardo Norberto Andrada
Posição: Goleiro
Data de Nascimento: 02/01/1939
Nacionalidade: Argentina
Local de Nascimento: Rosário (ARG)
Altura: 1,78m
Peso: 72kg
Primeiro Jogo: Rosário Central x Racing de Avellaneda, em 1960
Chuteira: 41

Clubes
Rosário Central: 1960 - 1969
Vasco da Gama: 1969 - 1975
Vitória: 1976 - 1976
Colón: 1977 - 1982
Rosário Central: 1983 - 1983

Títulos
Campeonato Carioca - 1970 - Vasco da Gama
Campeonato Brasileiro - 1974 - Vasco da Gama

sábado, 21 de março de 2009

Almir

O lateral Almir,à direita, ao lado de Garrincha e Paulo Dias no dia do único jogo de Garrincha pelo Vasco da Gama em um amistoso em Cordeiro, Rio de Janeiro.

Crédito: http://www.miltonneves.com.br/
O ex-lateral-esquerdo Almir Coutinho, o Almir, nasceu em em 16 de abril de 1947. Começou a jogar no Vasco da Gama em 1967, tendo passado depois por Vitória do Espírito Santo, Campo Grande (RJ), São Bento, São Cristóvão, Nacional, Fast Club e Rio Negro de Manaus, Paysandu de Brusque e Carlos Renaux. Atualmente reside em Brusque, onde cuida das categorias de base do clube Paysandu. Antes, trabalhou como professor da escolinha do clube Bandeirantes, também de Brusque, e foi proprietário de escolinha de futebol em Santa Catarina vinculada ao Vasco da Gama.

Almir encerrou a carreira em 1983. Mas ainda guarda amigos dos tempos do futebol. Um deles é Valdir Appel, grande goleiro, com quem teve a chance de jogar no início de carreira no Vasco. Os dois se falam constantemente, até por morarem na mesma cidade. Sobre sua atuação nos gramados, o ex-lateral é sucinto. “Fui feliz mas parei porque queria ficar mais tempo com a família e proporcionar a ela mais estabilidade financeira, algo que não estava conseguindo obter com o futebol”.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Primeiras taças conquistadas pelo C.R. Vasco da Gama

À esquerda Taça Sul América oferecida ao vencedor do 9º páreo da regata realizada em 25/10/1904.
À direita Taça Jardim Botânico conquistada em 1904.

1957- Vasco da Gama vence o Bangu


No dia 31 de agosto de 1957, o Vasco da Gama conquistou uma excelente vitória sobre o bom time do Bangu. Mesmo com um desfalque importante como Valter, o time cruzmartino se portou bem e venceu a partida por 3 a 2.

Aos seis minutos de jogo, o garoto Almir abriu o placar para o Vasco. Valdemar, aos 24, fez o segundo gol vascaíno. No início do segundo tempo, Calazans começou a reação bangüense. Aos 14, Calazans entrou em cena novamente e empatou a partida. A partir daí, o jogo ficou dramático. O Bangu, com um jogador a menos, ainda oferecia perigo ao Vasco. Faltando um minuto para o fim, Almir se transformou no herói da partida. O atacante não perdoou e fuzilou o goleiro Ernani, garantindo a vitória vascaína.

Vasco da Gama: Carlos Alberto, Paulinho, Belini, Laerte, Orlando, Coronel, Sabará, Almir, Vavá, Valdemar e Lierte.
Bangu: Ernani, Darci I, Darci II, Haroldo, Zózimo, Calazans, Hilton, Zezinho, Mario e Nivio.
Local: Maracanã
Juiz: Amilcar Ferreira
Data: 31/8/1957

quinta-feira, 19 de março de 2009

1923- Estréia entre os grandes sendo Campeão

Crédito: http://www.netvasco.com.br/mauroprais/vasco/index.html
Em 1923 o time entrou na disputa pelo título principal do futebol da cidade. O Vasco, um clube desacreditado, vinha de um campeonato em que os oponentes eram times fracos. E enfrentaria os grandes, como Flamengo, Fluminense, Botafogo e América.

Mas um fato despertou curiosidade. Enquanto os times que disputavam a Série A eram formados exclusivamente por jovens da elite carioca, o Vasco chegava ao campeonato recheado de jogadores negros e de operários, todos arrebanhados nos terrenos baldios dos subúrbios cariocas. O técnico Ramón Platero submetia os jogadores a um ritmo alucinante de treinos, fazia-os correr diariamente do campo do Vasco, então na Rua Morais e Silva, na Quinta da Boa Vista, até a Praça Barão de Drumond, em Vila Isabel. Os demais grandes, apesar de instigados, não notaram a força do time do Vasco.

Depois de um empate em um gol com o Andaraí, em General Severiano, a nau vascaína se aprumou no campeonato e foi esmagando seus adversários, sempre utilizando uma técnica infalível. Como o preparo físico do time era evidentemente superior ao dos outros, Platero fazia seu time levar o primeiro tempo em ritmo lento, para, no segundo, arrasá-los. Todas as 11 vitórias no campeonato foram alcançadas nos últimos 45 minutos.

No fim do primeiro turno, o Vasco já apresentava números assustadores para os adversários: seis vitórias e apenas um empate, na estréia no campeonato. A equipe cruzmaltina seguia seu caminho de sucesso também no segundo turno, quando encontrou pela frente seu já conhecido rival de Regatas, o Flamengo. Na primeira vez na história em que os dois times se enfrentaram, no turno anterior, o Vasco chegara à vitória pelo marcador de 3 a 1. Os camisas pretas - apelido dado aos jogadores vascaínos por causa do uniforme - vinham massacrando seus adversários e o time rubro-negro seria apenas mais um a cair.

Domingo, 8 de julho de 1923. O título Clássico dos Milhões, que mais tarde nomeou o confronto entre os dois rivais, já poderia ter sido inventado naquela tarde, no campo do Fluminense, na então Rua Guanabara.

A Liga Metropolitana, responsável pela organização do campeonato e de olho na grande arrecadação, pos ingressos demais à venda. O resultado foi contado nos jornais da época. " Mais de 35 mil pessoas, sem exagero, encheram as vastas dependências do tricolor", escreveu "O Imparcial". Com todos os espaços reservados ao público preenchidos, muitos torcedores pularam a grade que separava o campo para assistir ao jogo da pista de atletismo. O interesse naquela partida era justificável: os vascaínos vinham vencendo todos os clubes cariocas e o que se viu naquela tarde foi uma reunião de torcedores de todos os times contra os terríveis camisas pretas.

O Flamengo largou na frente e logo depois ampliou a vantagem para 2 a 0. No início do segundo tempo Cecy diminuiu, mas em seguida os rubro-negros ampliaram o marcador. A quatro minutos do fim Arlindo descontou mais uma vez para o Vasco, deixando o marcador em 3 a 2. Na seqüência, houve uma forte pressão dos vascaínos, mas o Flamengo conseguiu sustentar o resultado. O jogo criou uma polêmica histórica. Os cruzmaltinos afirmam, até hoje, ter havido um terceiro gol, mal anulado pelo árbitro. Mas não há qualquer registro desse lance na imprensa carioca.

Resta a dúvida na cabeça de alguns vascaínos: será que, como a torcida que lotava o estádio, os jornalistas também torciam contra os camisas pretas? No entanto, a derrota para o rival não abalou a confiança do Vasco que partiu com tudo para buscar o título.

Bem alimentados pelas refeições que faziam no restaurante Filhos do Céu, na Praça da Bandeira, e bem dispostos, graças ao repouso oferecido no dormitório do Clube, os jogadores cruzmaltinos enfrentaram, a seguir, América, Fluminense e São Cristóvão. Rubros e tricolores caíram na mesma tática das demais vitórias vascaínas e foram liquidados, no segundo tempo, pelo suficiente placar de 2 a 1. Uma vitória sobre o São Cristóvão, na penúltima rodada, daria o título por antecipação aos cruzmaltinos. Por isso mesmo, o adversário partiu para cima e marcou primeiro, ampliando a vantagem logo a seguir. Com 2 a 0 no placar, o público que torcia contra o Vasco acreditava que a parada estava ganha. Contudo, mais uma vez, a estratégia de Ramón Platero funcionou e, na etapa final, o time entrou com mais fôlego e virou a partida para 3 a 2, com um gol de Cecy e dois de Negrito.

Os camisas pretas, no seu ano de estréia na Série A da Primeira Divisão, tornavam-se campeões com todos os méritos possíveis, com o seguinte time base: Nélson, Leitão e Mingote, Nicolino, Claudionor e Artur, Pascoal, Torterolli, Arlindo, Cecy e Negrito.

Fonte: http://vascaomultimidia.multiply.com/

terça-feira, 17 de março de 2009

Arturzinho

No dia 29 de Janeiro 1984,num Domingo,Vasco da Gama e São Paulo jogaram pelo Campeonato Brasileiro no Maracanã e os vascaínos perderam por 3 tentos a 2 no jogo de estréia de Artuzinho pelo Vasco da Gama.
Neste ano o Campeão Brasileiro foi o Fluminense em final contra o Vasco da Gama.

Artilheiro do Campeonato
Roberto Dinamite: 16 gols

O Jogo

VASCO Da GAMA (RJ) 2 x 3 SÃO PAULO (SP)
Data: 29/01/1984
Campeonato Brasileiro
Local : Estádio Do Maracanã / Rio De Janeiro
Arbitro : Gílson Ramos Cordeiro
Público : 45.287
Gols : Roberto Dinamite 44/1º, Oscar 02/2º, Agnaldo 03, Agnaldo 21 e Roberto Dinamite 40/2º
VASCO DA GAMA: Acácio, Edevaldo, Daniel Gonzales, Nenê, Aírton, Pires, Arthurzinho, Geovani, Jussiê, Roberto Dinamite e Oliveira (Marcelo) / Técnico : Edu Antunes Coimbra
SÃO PAULO: Waldir Perez, Paulo Roberto, Oscar, Dário Pereyra, Nelsinho, Zé Mário, Humberto, Renato, Márcio Araújo, Marcão (Agnaldo) e Zé Sérgio Técnico : Mário Travaglini

O Craque: Artuzinho
Arthur dos Santos Lima, o Arturzinho, ex-meia de grandes equipes nas décadas de 80 e 90, hoje é treinador profissional.
O "Rei Artur", como era chamado nos tempos de Bangu, foi um jogador extremamente habilidoso e que costumava surpreender
os adversários nas cobranças de escanteio. Várias vezes, Arturzinho marcou gols olímpicos. E não importava qual o lado. Arturzinho, mesmo sendo destro, batia com a mesma eficiência escanteios pelo lado direito, o que não é comum.
O pequeno Arturzinho, com seus 1,62m de altura e 60kg, viveu a melhor fase de sua carreira jogando no Operário de Campo Grande (MS) e em equipes cariocas.
O meia foi um dos maiores ídolos da história do futebol do Mato Grosso do Sul. No Rio, ele passou pelo Fluminense e brilhou, principalmente, com as camisas do Bangu e do Vasco da Gama,
onde foi vice-campeão brasileiro de 1984.

Ainda em 84, Arturzinho foi contratado pelo Corinthians. Chegou ao Parque São Jorge com enorme responsabilidade: substituir Sócrates, na época negociado com a Fiorentina, da Itália. Apesar de não ter sido o mesmo jogador dos tempos de Bangu e Vasco da Gama, Arturzinho chegou a cair nos braços da Fiel torcida depois de uma partida contra o Palmeiras. Na ocasião, Arturzinho, de cabeça, marcou um dos gols da vitória alvinegra sobre o arqui-rival. Ele jogou 57 partidas pelo Corinthians e marcou doze gols, sendo um deles olímpico, contra o XV de Jaú, no Morumbi, pelo Paulistão de 1984.
No final dos anos 80 e começo dos anos 90, o meia voltou a chamar a atenção por suas boas exibições com a camisa do Vitória da Bahia, onde encerrou sua carreira de jogador de futebol.

Jogando pelo Vasco da Gama atuou em 28 jogos e marcou 16 gols.

Ficha do Craque
Artur dos Santos Lima
Data de nascimento: 13/05/1956 no Rio de Janeiro
Posição: Meia

Clubes
1976-1978: Fluminense-RJ
1978-1980: Operário-MS
1981: Internacional-RS
1982: Bangu-RJ
1983-1984: Vasco da Gama-RJ
1985: Corinthians-SP
1985-1988: Bangu-RJ
03/1992-06/1993: Vitória-BA
1996: Olariá-RJ

Títulos por equipe
Copa Rio de Janeiro: 1987, 1991
Campeonato Baiano: 1992

Fontes:
http://voudekombi.blogspot.com
http://www.supervasco.com
http://br.sambafoot.com

sábado, 14 de março de 2009

Valdir Appel

Crédito: www.miltonneves.blogspot.com

O Valdir Appel, ex-goleiro do Vasco da Gama entre 66 e 73, estava na reserva de Andrada quando do milésimo gol de Pelé, mora em Brusque (SC), onde nasceu e atua como empresário e vice-presidente do time da cidade. Iniciou carreira no Paysandú, de Brusque, profissionalizando-se em 1963. Emprestado ao América do Rio, em 1965, teve seu passe adquirido em 1966 pelo Clube de Regatas Vasco da Gama. Por lá ficou até 1972 e foi bi-campeão de aspirantes (1966-67) e campeão carioca (1970).

Vestiu outras camisas: Clube Atlético Carlos Renaux (Brusque), Palmeiras (Blumenau, SC), Sport Club do Recife (PE), Campo Grande Atlético Clube, Volta Redonda e Bonsucesso (RJ), América de Natal e Alecrim (RN), Ceub (DF), Goiânia, Atlético de Goiás e Rio Verde (GO) - este último no fim da carreira, em 1982. O loiro Valdir Appel acabou sendo considerado um goleiro sem sorte, porque em um jogo do Vasco da Gama contra o Bangu, válido pelo campeonato carioca, acabou marcando um gol contra. Ele tentou lançar a bola com as mãos, mas acabou fazendo o movimento errado e a jogou para dentro das próprias redes.

Nascido em 1° de maio de 1946, Valdir é casado com Rosélis Appel e tem um casal de filhos: Isadora e Eduardo. Hoje ele é supervisor-geral de vendas em Santa Catarina da multinacional Swedish Match do Brasil S/A, empresa que comercializa os fósforos Fiat lux e os isqueiros Cricket.

Colunista esportivo
Valdir enveredou-se também pelo caminho do colunismo esportivo, possuindo colunas no jornal "O Município", de sua cidade, Brusque, e na revista do www.futnet.com.br (Volta Redonda). Recentemente lançou o livro intitulado "Na Boca do Gol"!, onde conta os populares causos sobre jogadores das equipes que atuou, além de algumas de suas passagens quando estava pelos gramados. As informações são Luiz Otávio Coutinho, amigo de Appel.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Evolução da camisa

Segue a história do uniforme vascaíno, que muitas vezes foi associada a ter a influência do River Plate . Não é verdade. A faixa no uniforme do Vasco remonta sua fundação e era inicialmente horizontal. Passou a ser diagonal na virada do século XIX para o século XX. Em 1901 a faixa já era diagonal, como mostra a figura abaixo retirada de um livro em homenagem aos 50 anos do clube: Quando o Vasco se fundiu ao Lusitânia e inaugurou sua divisão de futebol, em 26 de novembro de 1915, adotou a camisa totalmente preta com punhos brancos que a agremiação futebolística já utilizava acrescida da Cruz de Malta à altura do peito. Foi com tal uniforme o Vasco conquistou seus primeiros títulos e, por isso, ganhou o apelido de "camisas negras".
Domingos da Guia (de gorro), Rei (goleiro) e Russinho comandam a entrada dos "camisas negras" em São Januário, em 1934.

Em 16 de janeiro de 1938, o Vasco utilizou pela primeira vez em sua história a camisa branca com uma faixa diagonal preta. Foi num jogo contra o Bonsucesso pelo Campeonato Carioca em que saiu vencedor por 4 a 1. A novidade foi abandonada no mesmo dia e a camisa branca só foi reabilitada na década de 1940.

No decorrer da década de 1940, a camisa totalmente preta foi sendo gradualmente substituída pela versão com faixa diagonal idêntica à do remo. Fonte: http://www.sersuburbanocarioca.blogspot.com/

quarta-feira, 11 de março de 2009

Cinquentenário do Club de Regatas Vasco da Gama

Comemorando o seu 50º de vida, o Club de Regatas Vasco da Gama promoveu várias festividades para comemorar esta grande data. Fez alguns amistosos em São Januário e inclusive ganhou de 4 x 1 do América Mineiro no dia do seu aniversário.
Houve um grande desfile dos atletas vascaínos nas dependências de São Januário com o grande capitão Augusto da Costa carregando o nosso estandarte maior. Vemos em 2º plano o médio Ely do Amparo, Danilo Alvim, se não me engano Jorge e Ypojucan e à frente deles, o fenomenal goleiro Moacir Barbosa, outro goleiro que não consigo identificar e Barcheta.
Enfim, era o famoso Expresso da Vitória sendo honrado pela sua imensa torcida.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Écio Capovilla

Crédito: www.miltonneves.com.br/

Écio Capovilla, o Écio, célebre médio-volante do Vasco da Gama entre 1957 e 1964 nasceu em Valinhos, interior de São Paulo, belíssima localidade da Grande Campinas (SP).

Ele foi dirigido no Vasco por Martim Francisco e por outros treinadores que não esquecerá jamais. Segundo o jornalista, compositor e historiador, Sérgio Cabral, fanático vascaíno, Écio foi o jogador mais leal e ético que conheceu. "Além disso, ele disputava com Bellini o título de jogador mais bonito do Brasil

Desde pequeno, o futebol era o seu esporte favorito. Já com 14 anos participou de jogos da divisão infantil da liga campineira de futebol pela equipe do Esporte Clube Rigesa de Valinhos. Em 1953, Écio jogou pelo Guarani Futebol Clube de Campinas, sendo campeão na categoria juvenil. Em 1955, descoberto por um representante do Flluminense, foi convidado para ingressar na equipe juvenil do time, no qual se sagrou campeão. Na época, o técnico era o Gradim. Em 1956, por não ter acertado financeiramente com o Fluminense, resolveu desistir do futebol e voltar para Valinhos, fazendo ainda uma tentativa de continuar indo treinar no São Paulo, que tinha como técnico Turcão. Em 1957, Gradim, que tinha se transferido para o Vasco da Gama, como técnico do juvenil, o trouxe para a equipe, a pedido de Martin Francisco, então treinador do time profissional. Em 1958, já atuando pela equipe principal do Vasco da Gama, teve destaque conseguindo ser campeão do Torneio Início do Campeonato Carioca, Super-supercampeão carioca, e campeão do Torneio Rio-São Paulo).

Participou também de vários torneios internacionais, viajando pela equipe do Vasco da Gama. Em 1960, ele foi convocado para a Seleção Brasileira disputando a Copa Rocca e Oswaldo Cruz, na Argentina e Paraguai, respectivamente. Em 1964, Écio se transferiu para o Sporting Cristal de Lima, Peru, onde atuou até 1966, quando encerrou a sua carreira profissional. De volta a sua cidade natal, Valinhos, ele trabalhou em uma multinacional como gerente por 35 anos. De lá, saiu a convite do prefeito municipal para ser Secretário de Esportes da cidade."

Fonte: www.miltonneves.com.br/

sexta-feira, 6 de março de 2009

Vasco da Gama 7 x 0 Flamengo

No dia 26 de Abril de 1926 O time cruzmaltino venceu o arqui-rival por 7x0 em jogo realizado no Estádio de São Januário, válido pelo 1º turno do Campeonato Carioca de 1931. Os gols foram marcados por Russinho (4), Mário Mattos (2) e Sant'Anna.
As derrotas do Flamengo para o Vasco estavam se tornando constantes, a ponto da imprensa carioca tradicionalmente rubro-negra tentar ignorar aquele massacre nos jornais do dia seguinte. No período de 1928 a 31, o time cruzmaltino venceu todos os 8 jogos oficiais contra os flamenguistas.

Este foi um dos primeiros grandes times da história do Vasco. Quatro atletas (Brilhante, Itália, Fausto e Russinho) foram convocados para a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1930 no Uruguai, além de Tinoco para a edição de 1934 na Itália. O meio-campo Fausto chegou a receber o apelido de “La Maravilha Negra” pela imprensa uruguaia por causa das suas grandes atuações em campo.

O ponta-esquerda Sant'Anna foi o primeiro jogador a fazer um gol olímpico no país. Isto aconteceu em 1928, na inauguração dos refletores de São Januário, quando o Vasco venceu o Wanderers do Uruguai por 1x0.

Se na esquerda tinha Sant´Anna, pela direita vinha Paschoal, apelidado de “Trem de Luxo” pela sua extrema velocidade. Ele atravessou todo o período que o Vasco venceu o racismo no futebol carioca, conquistando os primeiros títulos do clube, desde o Carioca da 2ª divisão em 1922. Foi titular absoluto do Vasco e das seleções carioca e brasileira, apesar de não ter participado daquela goleada de 7x0 sobre o Flamengo.

Paschoal pertencia, com orgulho, a uma geração que amava o clube. Pelo resto de sua vida, trabalhou com o mesmo amor pelas sagradas cores do Vasco, razão maior da sua vida. Com mais de 80 anos, continuava integrado ao Vasco, ensinando garotos que sonhavam um dia representar a cruz-de-malta tal como ele.

Não se pode esquecer também de Sebastião Paiva Gomes, o Mola, Campeão Carioca em 1929 e 1934. Ele era o cão de guarda do time e os atacantes da época tinham pavor de enfrentá-lo. Em 1934, Mola foi convocado para a Seleção que disputaria a Copa do Mundo, mas, ao contrário dos seus companheiros vascaínos Tinoco e Leônidas da Silva, preferiu continuar como profissional no Vasco, uma vez que a CBD só levaria "amadores" para a Itália.

Outro ídolo da lendária equipe foi Russinho, autor de quatro gols na goleada histórica sobre o Flamengo. Ele também se sagrou artilheiro dos Cariocas de 1929 e 1931. Em 1930 Russinho atingiu grande popularidade e foi eleito o melhor jogador do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, num concurso promovido por uma marca de cigarros.

Para comandar este leque de craques, o Vasco tinha Harry Welfare como técnico. Vindo do Liverpool, o gringo do país que inventou o futebol chegou ao Brasil em 1912 contratado pelo Colégio Anglo-Brasileiro para ensinar a língua inglesa. Como jogava muito bem futebol, ingressou no Fluminense e fez história nos campos cariocas. Foi o técnico vascaíno de 1927 a 37, voltando ao cargo na temporada de 1940.

Recitando a escalação do Vasco

A base dessa vitoriosa equipe vascaína de 1931 ainda era a mesma campeã carioca em 1929. O timaço se consagrou ao bater o América por 5x0 na final, após dois empates na série melhor-de-três. No ano seguinte (1930) a grande vítima foi o Fluminense, que também sofreu a maior goleada da história do clássico: 6x0 em São Januário.

Porém, o que realmente mais impressionava no Vasco de 1929 era a criatividade dos torcedores em recitar a escalação de seus ídolos. Frases como estas eram postas com orgulho nos botequins do Rio de Janeiro:

“JAGUARÉ foi na ITÁLIA comprar BRILHANTE. Assistiu com TINOCO a ópera FAUSTO, sentado numa cadeira de MOLA. Na volta, PASCHOAL encontrou OITENTA E QUATRO RUSSINHOS junto com MÁRIO MATOS na Igreja de SANTANA”.

Ou:

“JAGUARÉ fez uma BRILHANTE defesa na ITÁLIA. TINOCO foi visitar FAUSTO numa cadeira de MOLA, PASCHOAL comeu OITENTA E QUATRO empadas com RUSSINHO e MARIO MATTOS no campo de SANTANA”.

Quem comprova isso é o sócio Fabrício Figueira, de 26 anos, sobrinho-neto do zagueiro Itália, que faleceu em 1963. Freqüentemente o jovem vascaíno ouve histórias dos mais antigos parentes do craque:

“Minha mãe sempre conta que o Itália dava doces, balas e uns trocados para os sobrinhos que decorassem a escalação do time. Era uma forma de aumentar mais ainda a identidade deles com o Vasco”, comenta Fabrício, que ainda guarda fotos do antigo xerife do Vasco.

Ficha Técnica – Vasco 7x0 Flamengo

Campeonato Carioca de 1931 (1º Turno)
Local: São Januário
Juiz: Leandro Carnaval
Expulsões: Fausto e Penha aos 37 minutos do 1º tempo
Obs: Naquela época os jogadores expulsos eram substituídos.
Vasco: Jaguaré, Brilhante e Itália; Tinoco, Fausto (Nesi) e Mola; Baiano, Oitenta e Quatro, Russinho, Mário Mattos e Sant´Anna
Flamengo: Floriano, Léo e Hélcio; Flávio, Penha (Fonseca) e Darci; Adelino, Viventino, Elói (Nélson), Álvaro e Cássio
Gols: No 1º tempo: Russinho aos 5 e 30, Mário Mattos aos 27 e 34 minutos; No 2º tempo: Santana aos 4 e Russinho aos 14 e 20 minutos.

Fonte: www.netvasco.com.br

Dulce Rosalina


Dulce foi a primeira mulher a presidir uma torcida organizada no Brasil. Em 1956, assumiu o comando da TOV (Torcida Organizada do Vasco). Aqui, aparece entre Roberto Dinamite (à esquerda) e o jornalista Áureo Ameno (à direita). Fonte: site do Vasco da Gama

Dulce Rosalina foi a torcedora símbolo do Vasco da Gama até falecer, em 19 de janeiro de 2004. Em 1956, tornou-se a primeira mulher a presidir uma torcida organizada, a TOV (Torcida Organizada do Vasco). Inovou ao implantar concurso de bateria e levando papel picado aos estádios.

Atuante, viajava Brasil afora pelo time da colina. No entanto, em 1976, quando apoiou a candidatura de Medrado Dias à presidência do Vasco, foi obrigada a desvincular-se da torcida. Fundou, em seguida, a Renovascão. Em 1991, um problema na vista a obrigou a se afastar dos jogos noturnos.

Dulce foi convidada pelo escritor Claudio Aragão para narrar a trajetória do clube desde sua fundação, no final do século XIX, até a conquista do título carioca de 2003. Seus relatos deram origem a obra “A história do Vasco da Gama em cordel”, da editora Bom Texto.

Ao falecer, a torcedora foi homenageada pela prefeitura do Rio de Janeiro, que em decreto de 22 de janeiro de 2004, mudou o nome da antiga rua do Reservatório para Dulce Rosalina. Abaixo, a íntegra do documento.

DECRETO Nº 23925 DE 22 DE JANEIRO DE 2004

Altera a denominação do logradouro que menciona, situado no bairro Vasco da Gama, na VII Região Administrativa – São Cristóvão. O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais e, considerando o recente falecimento de D. Dulce Rosalina, aos 79 anos, torcedora-símbolo do Clube de Regatas Vasco da Gama, exemplo da paixão carioca pelos times de futebol da cidade, DECRETA:

Art. 1.º A Rua do Reservatório, CL 08023-4 reconhecida pelo Decreto n.º 1165, de 31 de outubro de 1917, passa a denominar-se Rua Dulce Rosalina.
Art. 2.º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2004 – 439º ano da fundação da Cidade. CESAR MAIA.

Fonte: http://www.miltonneves.com.br/

quinta-feira, 5 de março de 2009

Amistoso comemorativo

Comemorando a conquista do Torneio Rio-São Paulo, o Vasco recebeu em São Januário a visita do Santos no dia 21 de abril de 1958 para uma partida amistosa. Apesar de o jogo ser considerado uma espécie de revanche para a equipe paulista, que havia perdido por 3 a 1 no último confronto, o que se viu em campo foi um Cruzmaltino inspirado que confirmou sua superioridade e venceu por 2 a 1, com dois gols marcados por Laerte e Álvaro descontontando para os santistas.

Antes do início do jogo houve uma grande confraternização em campo contando com a presença dos dirigentes dos dois clubes e do diretor do Jornal dos Sports, que foi homenageado pela equipe paulista com uma taça contendo os dizeres: “Um Encontro de Amigos”.

Vasco da Gama: Helio, Dario, Viana, Ortunho, Écio, Barbosinha (Clever), Ramos, Laerte, Livinho (Artoff), Rubens (Roberto) e Pinga
Santos: Manga, Fioti, Juvaldo, Getúlio, Ramiro, Urubatão, Dorval, Álvaro, Pagão (Raimundinho), Ciro (Dom Pedro) e Vasconcelos (Zezinho)
Local: São Januário
Data: 21/04/1958
Árbitro: José Gomes Sobrinho

terça-feira, 3 de março de 2009

Trio final

Crédito: site milton neves
Na célebre "Revista do Esporte", o trio final inesquecível do Vasco da Gama: Bellini, o goleiro Barbosa e Paulinho de Almeida que tantas alegrias nos proporcionaram.

São Januário


Inauguração dos refletores de São Januário
por Alexandre Mesquita

Foi em 31 de março de 1928 que o Vasco realizou pela primeira vez uma partida internacional, enfrentando o Montevideo Wanderers, do Uruguai, em São Januário. Foi neste dia que foram inauguradas as arquibancadas atrás de um dos gols, assim como os refletores do até então maior estádio da América do Sul, que ainda não havia completado um ano de vida. O gol da vitória por 1 a 0 saiu de um tiro direto de uma cobrança de escanteio realizada por Sant'Anna, no segundo tempo. O gol olímpico foi o primeiro de que se teve notícia em gramados brasileiros.

Dois fatos ligados a esse jogo geraram polêmicas históricas: o primeiro é de que teria sido o primeiro jogo noturno sob a luz de refletores realizado em um estádio brasileiro. Porém, em 25 de dezembro de 1915, em Pelotas (RS), o extinto União enfrentou o Brasil em um amistoso local sob a iluminação artificial de seu próprio estádio. Antes disso, em 1914, o carioca Villa Izabel já havia realizado diversos encontros noturnos sob a luz dos faróis dos bondes que ficavam estacionados junto ao muro de seu campo no Jardim Zoológico.

A segunda lenda que cerca essa partida é de que o gol de Sant'Anna teria sido o primeiro gol olímpico da história do futebol. No entanto, em 2 de outubro de 1924, ano em que passou a ser permitido marcar um tento diretamente de um escanteio, a Argentina bateu o Uruguai por 2 a 1 e um dos gols foi feito dessa forma. Coube ao argentino Onzari assinalar esse tento histórico que foi imediatamente batizado de ‘gol olímpico’ para ironizar os vizinhos que quatro meses antes tinham conquistado a medalha de ouro no futebol em Paris.

VASCO DA GAMA 1 X 0 MONTEVIDEO WANDERERS-URU
Data: Sábado, 31 de março de 1928.
Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ).
Hora: 21h30min.
Árbitro: Orlando Eduardo da Silva.
Público: aprox. 60.000 presentes.
Gol: Sant'Anna (olímpico) 15'/2ºT (VAS).
VASCO DA GAMA: Valdemar, Hespanhol e Itália; Brilhante, Nesi e Lino; Paschoal, Russinho, Bolão, Thales e Sant'Anna. Técnico: Harry Welfare.
MONTEVIDEO WANDERERS-URU: Cabrera, Tomazzini e Tejeira; Labrada, Lobos e Carriza; Guido, Conti, Ochusi, Casanell e Serradno.

Alexandre Mesquita é pesquisador de futebol e autor do livro "Clássico Vovô", juntamente com Jefferson Almeida, 2006, edição dos autores.